Bolsonaro desafia STF e diz que "não deseja rupturas, mas tudo tem limite"
Em discurso a lideranças evangélicas em Goiás na manhã de hoje (28), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a desafiar o STF (Supremo Tribunal Federal) e ventilar a possibilidade de uma ruptura institucional no país. Ele disse que "não deseja nem provoca" a situação, mas salientou que "tudo tem limite".
A fala de Bolsonaro se deu em reação à prisão de aliados por ordem de ministros do STF, como a do ex-deputado federal Roberto Jefferson, e pelo cerco realizado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) ao financiamento de páginas e canais alinhados ao bolsonarismo que difundem notícias falsas e discursos contra a ordem democrática.
"Temos um presidente que não deseja e nem provoca rupturas. Mas tudo tem um limite em nossa vida. Não podemos continuar convivendo com isso".
Jair Bolsonaro
O presidente ainda pressionou as cortes superiores a não adotarem medidas contra a organização de atos em seu apoio marcados para 7 de setembro. As manifestações programadas para cidades com São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro vem provocando preocupações por conta das pregações golpistas de lideranças bolsonaristas e do lobby para que policiais militares da ativa participem dos protestos —o que é ilegal.
"Sei que a grande maioria dos líderes evangélicos vai participar desse movimento de 7 de setembro. E assim tem que fazê-lo, está garantido na nossa Constituição. Espero que não queiram tomar medidas para conter esse movimento. A liberdade de se manifestar, vedado o anonimato, está garantida na nossa Constituição", provocou Bolsonaro. "É impressionante como alguns querem evitar esse movimento espontâneo do povo".
Bolsonaro participou do 1° Encontro Fraternal de Líderes Evangélicos da CONEMAD-GO (Convenção Nacional das Assembleias de Deus do Ministério de Madureira). Mais cedo, provocou aglomeração e cumprimentou apoiadores sem máscara ao parar para tomar caldo de cana na porta de um templo religioso.
Desmonetização de apoiadores
Bolsonaro ainda atacou o STF e o TSE por conta da decisão desta última corte de desmonetizar páginas e canais bolsonaristas que propagam discursos antidemocráticos. O ministro do TSE Luis Felipe Salomão ordenou que as redes sociais como o YouTube interrompessem os repasses a 16 canais investigados por por propagar desinformação e por transformar a ideologia política e os ataques a instituições em um mercado lucrativo.
Bolsonaro voltou a tratar os discursos de apoiadores como "liberdade de expressão", tese que vem sendo rejeitada pelo Poder Judiciário.
"Em um momento onde uma pessoa ou duas tentam perverter a ordem pública, com medidas arbitrárias, com medidas revanchistas, extrapolando o que seria o seu direito, passando por cima até mesmo do seu compromisso de zelar pela Constituição brasileira. Não podemos admitir isso. Quando um presidente do TSE desmonetiza páginas de apoiadores do governo, ele abre brechas para que presidentes de Tribunais Regionais Eleitorais façam a mesma coisa para defender o seu respectivo governador. Isso não é democracia. A liberdade de expressão tem que valer para todos", disse.
No discurso, Bolsonaro ainda atacou a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid-19 e afirmou que "não existe" chance de ser preso por conta das acusações feitas pelos senadores.
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