Atos revelam Bolsonaro 'medíocre', diz Celso de Mello, ex-STF
O ex-ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Celso de Mello criticou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e disse que os discursos feitos por ele hoje "revelam a triste figura e a distorcida mente autocrática de um político medíocre e sem noção dos limites éticos e constitucionais que devem pautar a conduta de um verdadeiro chefe de Estado".
As declarações foram feitas à revista Veja.
Mais cedo, Bolsonaro participou de manifestações em Brasília e em São Paulo. Em pronunciamento aos apoiadores, ele atacou o STF e chamou o ministro Alexandre de Moraes de "canalha".
Ele afirmou ainda que, caso o presidente da Corte, Luiz Fux, não contenha o ministro, "esse Poder pode sofrer aquilo que não queremos".
Para o ex-decano da Corte, Bolsonaro nunca esteve à altura do cargo que exerce. "Com esses discursos ofensivos e transgressores da autonomia institucional do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal, incompatíveis com os padrões mais elevados da Constituição democrática que nos rege, Bolsonaro degradou-se, ainda mais, em sua condição política de Presidente da República e despojou-se de toda respeitabilidade que imaginava possuir".
O magistrado disse ainda que só há uma resposta possível, a insurgência popular, "por meio do Legislativo e do Judiciário, contra os excessos governamentais e o arbítrio dos governantes indignos".
Celso de Mello foi ministro do STF de 1989 até outubro de 2020. Ele foi substituído por Kassio Nunes Marques, indicado pelo presidente Jair Bolsonaro.
Outras figuras proeminentes da política brasileira também se manifestaram contra o tom de Bolsonaro, como o governador de São Paulo, João Doria (PSDB) e os ex-ministros Luiz Henrique Mandetta e Sergio Moro.
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