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Ciro confirma ida a ato na Paulista em 12 de setembro contra Bolsonaro

Atos de 12/09 têm enfrentado resistência na esquerda porque foram convocados por MBL e Vem Pra Rua - Alex Silva/Estadão Conteúdo
Atos de 12/09 têm enfrentado resistência na esquerda porque foram convocados por MBL e Vem Pra Rua Imagem: Alex Silva/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

09/09/2021 14h50Atualizada em 09/09/2021 15h24

Ex-governador do Ceará, Ciro Gomes (PDT) confirmou hoje que irá à manifestação marcada para o próximo dia 12, na Avenida Paulista, em São Paulo, pelo impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Segundo Ciro, a oposição contra o governo está "acima de pessoas, de partidos ou posicionamentos ideológicos", e a luta agora é em defesa da justiça e da liberdade.

"Irei à manifestação do dia 12 na Avenida Paulista e sempre tentarei ir a outras manifestações que forem convocadas contra Bolsonaro. Seja qual for o sacrifício e risco que isso represente, há algo maior que tudo: o futuro do Brasil e da nossa democracia", anunciou Ciro em uma rede social.

Os atos de 12 de setembro vêm enfrentando resistência por parte da esquerda porque, de início, foram convocados por movimentos de direita como o MBL (Movimento Brasil Livre) e o Vem Pra Rua, cujas lideranças apoiaram Bolsonaro no segundo turno das eleições de 2018. Ontem, a CUT (Central Única dos Trabalhadores) anunciou que não participará das manifestações, indo na contramão de outras centrais sindicais.

Ciro, porém, seguiu a linha do diretório do PDT em São Paulo, que pediu união de forças com a direita pelo impeachment de Bolsonaro.

"Esta luta não é mais um símbolo ou uma metáfora, mas um embate real em defesa da justiça e da liberdade. Ela está acima de pessoas, de partidos ou posicionamentos ideológicos", defendeu.

Estamos às voltas com duas ameaças mortais: uma é a covid e outra Bolsonaro. Temos que enfrentar as duas, mesmo que, em alguns momentos, as táticas de vencê-las se conflitem. Iremos para as ruas com todas as cautelas sanitárias, mas com todo destemor cívico. Ou seja: com máscara no rosto e coragem no coração!
Ciro Gomes, ex-governador do Ceará

Pós-7 de setembro

Convocados por MBL e Vem Pra Rua, os atos de 12 de setembro vêm cinco dias depois da realização de manifestações de caráter antidemocrático e golpista e contra o STF (Supremo Tribunal Federal). Bolsonaro esteve presente nos dois principais protestos realizados na terça (7): em Brasília, pela manhã, e em São Paulo, à tarde.

Em ambos, o presidente ameaçou o Judiciário — o que, para juristas, configura crime de responsabilidade e pode levar a um impeachment.

Na capital federal, os ataques se dirigiram ao presidente do Supremo, ministro Luiz Fux, e à própria Corte. Mais tarde, já na Avenida Paulista, Bolsonaro pregou desobediência ao ministro Alexandre de Moraes, principal alvo dos manifestantes ali presentes, e o xingou de "canalha".

Moraes é desafeto de Bolsonaro desde o início de 2019, quando foi nomeado relator do inquérito que investiga ataques e disseminação de fake news contra o STF e seus ministros. No fim de agosto, Bolsonaro chegou a enviar ao Senado um pedido de impeachment contra Moraes, posteriormente rejeitado e arquivado por Rodrigo Pacheco (DEM-MG), presidente da Casa.