Por 'pixuleco' de Lula, organização quis expulsar Vem Pra Rua da Paulista
O movimento Vem Pra Rua entrou em atrito com os outros organizadores do ato deste domingo ao levantar um pixuleco — como ficaram conhecidos os bonecos infláveis usados em manifestações — contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Usando roupa listrada associada à usada por presidiários, o petista aparece amarrado a Jair Bolsonaro (sem partido), que usa uma camisa de força.
Ao UOL, a deputada estadual Isa Penna (PSOL-SP) disse que ela e o MBL tentaram negociar pela retirada do boneco. "Infelizmente o Vem Pra Rua quebrou um acordo que existia neste ato. Todo mundo está baixando as bandeiras. Há bandeiras do MBL, do PDT, do PSOL. Era evidente que teria gente de esquerda. Não fazia sentido quem me segue estar aqui e eu não estar", disse a deputada.
Hoje, manifestantes estiveram na avenida Paulista para pedir o impeachment do presidente da República, em um ato liderado por movimentos como MBL (Movimento Brasil Livre) e pelo Vem Pra Rua. Foram eles que mobilizaram boa parte das manifestações por pautas antagônicas à esquerda, como o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), a condenação em segunda instância e pela Operação Lava Jato.
Para conseguir atrair nomes que historicamente não compartilham das mesmas demandas que o Vem Pra Rua e o MBL, acordou-se que o mote "Nem Bolsonaro nem Lula" fosse abandonado.
Penna observou que assim como a manifestação do Anhangabaú, no dia 7, enfrentou problemas com o PCO, que se recusava a ir embora, o ato de hoje encontrou problemas com o Vem Pra Rua. O grupo ignorou um acordo coletivo de não abordar a prisão de Lula.
"A gente foi junto com o MBL para fazer eles tentarem baixar o pixuleco. Mostramos a ata da reunião", disse Penna. Contudo, o boneco inflável só foi esvaziado no final da tarde quando o público da Paulista já se dispersava.
Segundo o representante do Vem Pra Rua, Augusto Schiavetto, o movimento foi questionado por integrantes do MBL sobre o boneco inflável, mas não acatou o pedido.
"A Adelaide Oliveira do MBL pediu para o nosso movimento se retratar sobre o porquê não iríamos tirar o boneco, sendo que se tratava de uma manifestação de frente ampla na parte deles", disse Schiavetto à reportagem.
Assim, mesmo após a investida, o boneco permaneceu cheio durante todo o ato: "Trata-se de uma decisão colegiada do conselho do Vem Pra Rua, portanto nós não murchamos o boneco, fizemos isso apenas no final".
A deputada do PSOL contrariou correligionários ao comparecer ao ato na Paulista, mas afirmou que é necessário dialogar com diversos setores — inclusive o MBL, de quem já foi alvo de ataques.
"O MBL vazou meu celular pessoal, acordei de madrugada com 6 mil mensagens. Teve um super ataque que fizeram e disseminaram", observou.
Não tem uma aproximação, assim como eu não sou próxima do Mandetta, da Simone Tebet, há uma noção do que está em jogo. Quando esse adversário já está dentro do plano democrático, dá pra dialogar."
Isa Penna (PSOL-SP), deputada estadual
"É inevitável que o MBL pela história deles afasta um pouco também. Eu vim fazer esse gesto ousado, de fazer coisas impossíveis pelo processo de impeachment", concluiu.
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