Há abusos pontuais na CPI, mas trabalho é digno de aplausos, diz advogado
Para o advogado criminalista Augusto de Arruda Botelho, colunista do UOL News, os trabalhos da CPI da Covid, que investiga as ações do governo federal no combate à pandemia da covid-19, são importantes "porque ela investiga fatos que muita gente não quer investigar".
"Essa CPI faz um trabalho digno de aplausos. Nesse caso, temos que apoiá-la, pedir que as investigações sejam prolongadas e continuadas", comentou o Augusto de Arruda Botelho ao programa do Canal UOL.
"Há abusos pontuais feitos por essa CPI? Há. Houve advogados e depoentes desrespeitados durante as sessões, mas são abusos pontuais. No todo, a CPI faz um belíssimo trabalho", completou.
Sobre críticas de que a CPI da Covid atua de forma política, Augusto pontuou que, "geralmente e quase sempre", comissões parlamentares de inquérito agem politicamente e servem apenas como um "palanque político".
"CPIs são políticas porque investigam fatos que já estão sendo investigados em outras esferas. Já há inquéritos, ações penais que tratam do tema que a CPI também trata", acrescentou, pontuando, novamente, que, na avaliação dele, esse não é o caso da CPI da Covid.
CPI da Covid hoje
Na manhã de hoje, a PF (Polícia Federal) deflagrou uma operação de busca e apreensão para cumprir mandados na sede da Precisa Medicamentos, que intermediou a compra, já rescindida, da vacina Covaxin por parte do governo federal.
A operação visa coletar informações relativas ao contrato entre a Precisa e a empresa indiana Bharat Biotech, fabricante da vacina, assim como todos os documentos relacionados ao acordo pela compra da Covaxin, alvo de investigações da CPI.
As buscas foram pedidas pela CPI da Covid. Segundo o vice-presidente da comissão, Randolfe Rodrigues (Rede-AP) a comissão havia pedido que a operação também mirasse o Ministério da Saúde, mas o procurador-geral da República, Augusto Aras, foi contra.
Em nota sobre a operação, a Precisa disse que ela "é a prova mais clara dos abusos que a CPI vem cometendo", comparando a comissão ao "modus operandi da Lava Jato".
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