Luciano Hang admite que mãe tomou cloroquina antes de internação
O empresário Luciano Hang afirmou hoje que a mãe tomou medicamentos do chamado "kit covid" antes da internação. Em depoimento na CPI da Covid, ele admitiu que foram administrados hidroxicloroquina, ivermectina, azitromicina e vitaminas após a descoberta da infecção.
Hang foi questionado sobre vídeo publicado nas redes sociais após a morte da mãe aos 82 anos. Na gravação, ele dizia lamentar que ela não tivesse recebido o tratamento precoce.
"Lamentei não ter feito o tratamento preventivo, antes dela adquirir o vírus. Eu faço o tratamento preventivo ainda e fiz durante toda pandemia, tomava meus remédios para blindar a célula e melhorar o corpo com vitaminas. Minha mãe era cardíaca, tinha insuficiência renal, diabetes altíssima", justificou Hang aos senadores.
Segundo o empresário, há uma diferença entre o tratamento precoce e o preventivo. Ambos usariam medicamentos do "kit covid", mas o preventivo seria realizado antes mesmo da infecção. No tratamento precoce, o paciente já infectado com o coronavírus, recebe os medicamentos. Nenhuma dos tratamentos ou substâncias têm eficácia comprovada no combate à doença.
Em seu depoimento, Hang disse achar que os senadores foram "induzidos ao erro". Ele reafirmou que, no vídeo, ele lamentou que a mãe não tenha recebido o "tratamento preventivo" contra o coronavírus.
O empresário também admitiu que a mãe recebeu, na Prevent Senior, o tratamento de ozonioterapia. "Foi autorizado por mim. Me ofereceram e eu aceitei".
A técnica, que administra uma mistura de oxigênio e ozônio no corpo por diversas vias, não é um consenso na comunidade médica e só tem autorização do Conselho Federal de Medicina para ser aplicada de forma experimental.
Além disso, não há comprovação científica para a eficácia de medicamentos que possam impedir ou remediar a ação do vírus antes da infecção. Desde dezembro de 2020, a OMS (Organização Mundial da Saúde) recomenda que a hidroxicloroquina não seja usada por pacientes com qualquer grau de gravidade de covid. A organização também orienta desde março de 2021 que a ivermectina não seja administrada, a não ser em ensaios clínicos.
A OMS não tem uma diretriz para o uso de azitromicina. Uma pesquisa feita no Reino Unido ao longo de 2020 com mais de 7 mil participantes mostrou que, entre pacientes internados com covid, o medicamento não foi responsável por qualquer melhora na mortalidade.
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