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"Pior presidente que o país já teve", diz ex-militante contra a ditadura

Francisco Marsiglia chegou ao protesto em São Paulo acompanhado pela cunhada, a psicóloga Vera Giffoni - Herculano Barreto
Francisco Marsiglia chegou ao protesto em São Paulo acompanhado pela cunhada, a psicóloga Vera Giffoni Imagem: Herculano Barreto

Herculano Barreto Filho e Marcela Lemos

Do UOL, em São Paulo e no Rio

02/10/2021 14h53

O ato de hoje à tarde contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na avenida Paulista, em São Paulo, reúne até mesmo manifestantes que já lutaram contra a ditadura militar no país.

O engenheiro aposentado Francisco Marsiglia, de 80 anos, chegou ao protesto acompanhado pela cunhada, a psicóloga Vera Giffoni, 74. Ambos trajam uma camisa onde se lê "Geração 68: sempre na luta".

"O Bolsonaro é o pior presidente que o país já teve, incluindo os presidentes da ditadura militar. Mesmo com a minha idade, é importante estar aqui para protestar", diz Marsiglia.

"Nós fomos militantes durante a ditadura e sabemos bem o que foi aquilo [o período da ditadura]. Permanecemos resistindo a mais um governo autoritário", complementa Vera.

Também no Rio de Janeiro, pessoas que já lutaram contra a ditadura militar no país participaram do ato neste sábado (2) contra o governo Bolsonaro. Sebastiana Maria, 70, química do Inea (Instituto Estadual do Ambiente) participou da passeata dos 100 mil contra a ditadura em 1968 e marcou presença hoje nas escadarias da Biblioteca Nacional, no centro do Rio.

Sebastiana Maria, 70, química do Inea, participou da passeata dos 100 mil contra ditadura em 1968 e marcou presença hoje nas escadarias da Biblioteca Nacional, no centro do Rio - Marcela Lemos - Marcela Lemos
Sebastiana Maria, 70, química do Inea (Instituto Estadual do Ambiente) participou da passeata dos 100 mil contra a ditadura em 1968 e marcou presença hoje nas escadarias da Biblioteca Nacional, no centro do Rio
Imagem: Marcela Lemos

Ela defendeu urgências em políticas de distribuição de renda. "Queremos um Brasil para todos. Vamos lutar, lutar e lutar por um Brasil que tenha suas riquezas divididas por todos os brasileiros. Temos que lutar para melhorar a distribuição de renda e por uma sociedade de inclusão", disse Sebastiana Maria.

Atos em 306 cidades de 18 países

Os atos contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) foram confirmados em 306 cidades brasileiras e de outros 18 países, segundo informaram fontes ligadas à organização do evento.

Ex-presidenciáveis, como Ciro Gomes (PDT), Fernando Haddad (PT), Guilherme Boulos (PSOL), Manuela D'Ávila (PCdoB) e Heloísa Helena (Rede), deverão subir ao palanque para discursar.

Luiz Henrique Mandetta, ex-ministro da Saúde, gravou relato em vídeo que será exibido no ato.

A mobilização começou às 13h em frente ao Masp (Museu de Arte de São Paulo), na avenida Paulista. A programação ainda prevê um ato ecumênico.

Na sequência, haverá uma intervenção da comunidade indígena, apresentações de artistas e discursos de lideranças da oposição ao governo federal, como parlamentares e governadores.

O ato ainda contará com a participação de lideranças religiosas —incluindo evangélicos, antiga base de apoio bolsonarista. O encerramento será ao som do Hino Nacional.

Representantes de centrais sindicais e movimentos, como o Direitos Já, Frente Brasil Popular, Frente Povo Sem Medo, Acredito, UNE e Coalização Negra por Direitos, também confirmaram presença no ato.

Quando e onde ocorrem os atos nas capitais do país

Brasília (DF) - Museu Nacional - 15h30

Belo Horizonte (MG) - Praça da Liberdade - 15h30

Salvador (BA) - Campo Grande - 9h

Rio Branco (AC) - Gameleira - 16h

Manaus (AM) - Praça da Saudade - 15h

Macapá (AP) - Praça da Bandeira - 16h

Belém (PA) - Mercado de São Brás - 8h

Porto Velho (RO) - Praça das 3 Caixas D'Água - 15h

Boa Vista (RR) - Centro Cívico - 9h

Palmas (TO) - Avenida JK - 8h30

Maceió (AL) - Praça Centenário - 9h

Fortaleza (CE) - Praça da Bandeira - 8h

Recife (PE) - Praça do Derby - 10h

Teresina (PI) - Praça Rio Branco - 9h

São Luís (MA) - Praça Deodoro - 8h

Natal (RN) - Midway - 15h

João Pessoa (PB) - Liceu Paraibano e Praça da Independência - 9h

Goiânia (GO) - Praça do Trabalhador - 8h

Campo Grande (MS) - Praça do Rádio - 9h

Cuiabá (MT) - Praça Alencastro - 15h

Vitória (ES) - UFES - 14h

Curitiba (PR) - Praça Santos Andrade UFPR - 16h

Porto Alegre (RS) - Largo Glênio Peres - 14h

Florianópolis (SC) - Largo da Alfândega - 14h

Aracaju (SE) - Bar da Draga, Coroa do Meio/Aju - 14h30