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Randolfe se irrita com Marcos Rogério em CPI: "Só protege bandido, cara"

Do UOL, em São Paulo

06/10/2021 18h27Atualizada em 07/10/2021 12h19

Os senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Marcos Rogério (DEM-RO) trocaram farpas durante a sessão da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid, realizada na tarde de hoje.

A discussão se iniciou depois que o senador bolsonarista questionou se o depoente Paulo Roberto Vanderlei Rebello Filho, diretor-presidente da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), teria algum parentesco com o ex-senador Lindbergh Faria (PT-RJ).

Vossa Senhoria tem algum parentesco, com algum agente público, que já tenha tido assento nesse Senado Federal? Vossa senhoria tem algum parentesco com ex-senador da República? Marcos Rogério pergunta a depoente durante CPI da Covid

"Tenho, sim", responde.

"De qual partido [é o Lindbergh]?", insiste Rogério.

"Ele é do PT", ressalta o diretor da ANS.

Após leve sorriso, em tom de ironia, Rogério diz que "toda uma narrativa estava sendo construída" durante o depoimento na CPI. Neste momento, senadores da oposição interrompem a fala do parlamentar governista e há o início de um bate-boca generalizado.

O vice-presidente da comissão, Randolfe Rodrigues, então refaz a pergunta ao depoente. "O senhor tem alguma relação política com o senhor Lindbergh Faria, que é o seu primo? Ele te indicou para o cargo?". Em seguida, o diretor da ANS responde. "Nenhuma".

Deixa de ser mentiroso, Marco Rogério! Deixa de fazer palhaçada. Se isso é um circo, tu é o maior palhaço. Vem aqui proteger Ricardo Barros. Só protege bandido, cara. Randolfe Rodrigues para Marcos Rogério.

Marcos Rogério então retruca. "Fiquem tranquilos, Senadores! Os ataques de V. Excelências não me atingem, não (...) Eu vou... Eu espero que, com o tempo, depois que passar este ambiente todo, as pessoas tenham a grandeza de fazer o quanto... De analisar e refletir o quanto de besteiras fizeram, em relação, inclusive, ao convívio internamente."

Senador lembra mandado de prisão de assessor

Após alguns minutos, o senador petista Rogério Carvalho lembrou o mandado de prisão contra Marcelo Guimarães Cortez Leite, então assessor de Marcos Rogério, alvo de uma operação no início de setembro que visava desmontar um esquema de tráfico de drogas. Após a operação, o senador exonerou o assessor do quadro de funcionários de seu gabinete.

"Vejam, um seguidor aqui mandou um questionamento que eu jamais gostaria de fazer, mas, pela forma desrespeitosa como o meu colega, no desejo de defender o indefensável - 698.871 mortes -, faz ilações, eu deixo uma pergunta pra ele. O que Lindbergh tem a ver com você? Nada. E o que tem o seu assessor, que foi pego com drogas, com você? Nada. Então, por favor... Não, eu queria só concluir, Sr. Presidente, porque é preciso que a gente tenha um mínimo de respeito ao usar a palavra e ao tentar fazer ilações indevidas, incorretas, para defender suas teses indefensáveis. Então, eu poderia aqui fazer a mesma pergunta: o que tem a ver com você um assessor seu pego com drogas? Tem alguma coisa a ver?", pontuou.

Marcos Rogério então pediu a palavra para se defender. "Quanto à questão de ter assessor, todos nós temos. E ninguém monitora o que um assessor ou outro faz ou deixa de fazer. O que se leva em consideração, no momento da nomeação, é a ficha de cada um, é a ficha criminal, os antecedentes, esses aspectos. Isso tudo foi checado. Aliás, pela relação dessa pessoa no meu Estado, porque eu conheço relativamente bem o vínculo familiar dele, jamais poderia esperar algo dessa natureza por parte dele. E não estou aqui fazendo acusação, porque a investigação está em curso", disse ele.

"Agora, a minha obrigação, enquanto gestor público, enquanto Parlamentar, enquanto homem público, era de fazer o que eu fiz: no primeiro momento, o exonerei, não protegi, como muitos fazem quando têm acusados - aí vão lá e protegem. Eu não protegi. E não estou prejulgando, porque é o processo que vai ter que apurar se tem culpa, se não tem. Pode ser que, lá na frente, digam até que não tem nada. É a apuração que vai ter que determinar. O meu papel era agir imediatamente: assim o fiz. Não tem tolerância com corrupção ou com qualquer envolvimento com o crime, da minha parte. Agora, cabe à Polícia Federal fazer o papel dela", completou.