Randolfe pedirá o indiciamento de mais 9 nomes no relatório da CPI da Covid
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) afirmou que irá pedir o indiciamento de mais nove nomes junto ao relatório final da CPI da Covid, no Senado Federal.
O relatório da CPI da Covid, apresentado na quarta-feira (20) pelo senador e relator Renan Calheiros (MDB-AL), indicia 66 pessoas no total, entre integrantes e ex-integrantes do governo, políticos, médicos e pesquisadores, influenciadores digitais, empresários, executivos e lobistas de empresas. Duas empresas também foram indiciadas. Leia o relatório completo da CPI.
Os novos nomes foram revelados pelo vice-presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito à GloboNews. São eles:
- Heitor Freire de Abreu (Ex-coordenador do centro de coordenação de operações da covid-19) - indiciamento por crime de epidemia e crime contra a humanidade
- Marcelo Bento Pires (Assessor do Ministério da Saúde)
- Alex Leal Marinho (Atuação no caso Precisa/Covaxin) - indiciamento por crime de advocacia administrativa
- Thiago Fernandes da Costa (Atuação no caso Precisa/Covaxin) - indiciamento por crime de advocacia administrativa
- Regina Célia Oliveira (Atuação no caso Precisa/Covaxin) - indiciamento por crime de advocacia administrativa
- Amilton Gomes de Paula (Caso Davati) - indiciamento por crime de estelionato
- Hélio Angotti Neto (Ex-secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde) - indiciamento por crime de epidemiologia
- Coronel Hélcio Bruno de Almeida - (Atuou no esquema das vacinas e dirigia o Instituto Força Brasil com propagação de notícias falsas) - indiciamento por incitação ao crime e estelionato
- José Alves (Executivo da Vitamedic) - indiciamento por incitação ao crime, em razão da disseminação de Fake News
Segundo o senador, a decisão de incluir os nove nomes no relatório final da comissão ocorreu após um "pente-fino" das 58 oitivas e 62 reuniões feitas durante a CPI.
"Então, recapitulando cada uma das reuniões e confrontando com o relatório, nós entendemos por bem a necessidade dessas inclusões", explicou o parlamentar.
Randolfe explicou que a CPI terminará na terça-feira (26) e na quarta-feira (27) a Frente Parlamentar Observatório da Pandemia iniciará os trabalhos.
Segundo o senador, às 11h30 da quarta-feira, parlamentares de oposição — que fazem parte do campo majoritário da CPI — levarão o relatório votado da comissão ao Procurador-Geral da República, Augusto Aras, em audiência.
Relatório da CPI
A CPI da Covid realizará na próxima terça-feira (26) a votação do relatório apresentado pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL). Antes de votarem, os senadores vão discutir o conteúdo do documento, e o texto final poderá sofrer alterações com base em sugestões feitas a Renan ao longo desta semana.
O relatório aponta o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) como um dos principais responsáveis pelo agravamento da pandemia no Brasil e recomenda que ele seja responsabilizado por nove crimes. Entre as imputações ao chefe do Executivo estão delitos comuns, que têm pena de prisão e/ou multa, crimes contra a humanidade e crimes de responsabilidade, que podem resultar em impeachment, em última instância.
Para ser aprovado, o documento precisa receber o apoio da maioria dos 11 membros titulares do colegiado (6 votos). Integram a comissão sete senadores de oposição ao governo Bolsonaro ou independentes (o chamado G-7, grupo que deve votar a favor do parecer e contra os interesses do presidente) e quatro parlamentes da base governista.
Desde quarta-feira, após ter sido concluída a leitura do relatório de Renan, iniciou-se o período de "vista" — uma semana na qual os senadores analisarão mais detalhadamente o material. Na próxima terça, a audiência deve começar já com a fase de discussões, de acordo com o rito aprovado pela Mesa Diretora da CPI.
Cada parlamentar terá um prazo de 15 minutos para expor a sua linha de raciocínio, contestar pontos do relatório e/ou sugerir adaptações ou modificações no texto. As sugestões passam pelo crivo do relator, que pode considerá-las ou não em sua redação final do relatório.
*Com informações de Hanrrikson de Andrade e Luciana Amaral, do UOL, em Brasília
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