Pacheco vê excesso em pedido de indiciar Heinze, mas deixa decisão com CPI
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG), afirmou hoje, em nota, considerar a sugestão de indiciamento do senador Luis Carlos Heinze (PP-RS) no relatório final da CPI da Covid como um "excesso". No entanto, disse que "nunca interferi e não interferirei" nos trabalhos da comissão.
Portanto, a "decisão é da CPI", ressaltou Pacheco.
Um dos senadores membros da comissão, Heinze foi incluído na lista de sugestões de indiciamento por incitação ao crime. Com a decisão, o relator Renan Calheiros (MDB-AL) atendeu a um pedido do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), feito após Heinze realizar a leitura de seu relatório paralelo. O senador gaúcho defendeu o uso de medicamentos comprovadamente ineficazes contra a covid-19 e criticou o trabalho da CPI.
"Apesar das advertências, o senador Heinze reincidiu aqui todos os dias apresentando estudos falsos logo negados pela ciência", afirmou Calheiros. "Pela maneira como incitou ao crime, queria nessa última sessão dar um presente a Vossa Excelência. Vossa Excelência será o 81º indiciado dessa CPI", disse, ao se dirigir a Heinze.
Em sua fala, Heinze afirmou que os membros da comissão se "negaram" a analisar "mais de 284 estudos da literatura médica sobre hidroxicloroquina". Segundo ele, a comissão "inventou crimes do governo" em uma "engenharia para atribuir culpa" ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
A CPI da Covid foi criada no Senado após determinação do Supremo. A comissão, formada por 11 senadores (maioria era independente ou de oposição), investigou ações e omissões do governo Bolsonaro na pandemia do coronavírus e repasses federais a estados e municípios. Teve duração de seis meses. Seu relatório final foi enviado ao Ministério Público para eventuais criminalizações.
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