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PEC dos Precatórios: Ciro deve ter sido muito pressionado, diz deputado

Colaboração para o UOL, no Rio

05/11/2021 09h28Atualizada em 05/11/2021 11h09

Em entrevista para Fabíola Cidral e Josias de Souza, no UOL News desta manhã, o deputado federal André Figueiredo (PDT-CE) disse acreditar que Ciro Gomes (PDT) deve ter sido "muito pressionado" para suspender sua pré-candidatura à Presidência da República pelo partido.

Após a aprovação da PEC dos Precatórios em primeiro turno na Câmara com votos de 15 dos 24 deputados do PDT, Ciro disse, através de suas redes sociais, que sua pré-candidatura estaria suspensa até que o partido reavaliasse seu posicionamento sobre a matéria.

"Realmente me surpreendi com a postagem dele no Twitter, sem dialogar conosco. Mas isso não nos afeta. Não sei dizer quais motivos levou àquela postagem, que sinceramente é direito claro do Ciro, como grande liderança que é, mas realmente nos causou surpresa. Não creio que seja (ação marqueteira). O Ciro deve ter sido muito pressionado", disse o deputado.

O parlamentar afirmou que os pedetistas da Câmara tentaram falar com Ciro na noite de quarta-feira (3) e madrugada e manhã de ontem após a votação, sem sucesso. Ele citou o apoio do senador Cid Gomes (PDT-CE), irmão de Ciro, e do presidente do PDT, Carlos Lupi, sobre o texto aprovado.

A agenda do Ciro é muito complexa. O que posso dizer é que nós, da bancada do Ceará, por exemplo, tivemos com o senador Cid Gomes, irmão do Ciro. Concordamos ao sair da reunião que poderíamos avançar nessa perspectiva de construir esse acordo
André Figueiredo

Figueiredo disse, sem dizer como, esperar que a desavença interna do PDT seja resolvida até a votação do segundo turno da PEC, marcada para a próxima terça-feira (9).

"O Ciro é uma pessoa dentro do PDT que dialoga bastante, tem completa afeição ao diálogo e o respeito recíproco muito grande. Esperamos dirimir essas questões até o momento da votação do segundo turno, sem dúvidas nenhuma", afirmou.

Acordo

O parlamentar aproveitou para criticar os colegas de partido que votaram contra a proposta. Dos 24 deputados do PDT na Câmara, seis rejeitaram o texto.

Lamentavelmente na última hora tivemos alguns companheiros que acabaram não votando a favor, descumprindo o acordo. O PDT institucionalmente participou desse acordo e acordo não é para ser descumprido, sob pena de perda total de credibilidade
André Figueiredo

O deputado defendeu o texto aprovado na madrugada de ontem, dizendo que foi feito um acordo para que valor devido do precatório do Fundef (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério) - atual Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação) - para o ano que vem não fosse parcelado, como previa a proposta original da PEC.

"O PDT tomou essa decisão após processo de discussão exaustivo dentro da bancada com entidades representativas de professores. Não tomaríamos essa decisão se não pudéssemos compartilhar com os professores, com a questão dos governadores, principalmente de três estados do Nordeste, que concentram grande parte dos precatórios do Fundef para 2022, que é Bahia, Pernambuco e Ceará, nessa ordem", disse o político.

Figueiredo disse não acreditar que os deputados receberam proposta de mais verba para emendas parlamentares para votar a favor da proposta, como se tem ventilado nos bastidores da política em Brasília. O texto foi aprovado por 312 a 144 votos, apenas quatro acima do necessário.

Para essa votação apertada, sinceramente, não acredito que tenha tido avalanche de dinheiro. Digo pelo PDT que não acontece, não acontecerá... não teve toma lá, dá cá do PDT de forma alguma
André Figueiredo