Em disputa com Lira, Renan Calheiros critica orçamento secreto e elogia STF
O senador Renan Calheiros (MDB-AL), ex-relator da CPI da Pandemia, elogiou a decisão da ministra Rosa Weber, do STF (Supremo Tribunal Federal), de suspender o pagamento das emendas de relator e de pedir explicações à Câmara sobre a votação da PEC dos Precatórios. As emendas de relator ficaram conhecidas por "orçamento secreto".
"Controle público é premissa das democracias. Tudo que é clandestino sugere transgressões. Orçamento secreto não é compatível com o sistema democrático. Orçamento é uma peça pública, não privada", escreveu o senador no Twitter.
Segundo o político alagoano, a decisão do Supremo "freia a trapaça" orçamentária que teria sido criada pelo sigilo na destinação dos recursos públicos, além de "exigir transparência na votação do calote dos precatórios".
No fim de outubro, quando senadores da cúpula da então CPI da Pandemia entregaram o relatório final à presidente do colegiado ao TCU (Tribunal de Contas da União), Ana Arraes, o senador Renan Calheiros aproveitou a oportunidade para rebater críticas do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), de mesmo estado.
Contra a crítica de Lira, de que a CPI não poderia indiciar parlamentares federais por defender medicamentos comprovadamente ineficazes contra a covid-19, Calheiros revelou que o colegiado havia ameaçado investigar o orçamento secreto. O UOL apurou que algumas emendas enviadas a Alagoas já teriam sido mapeadas pela CPI.
"Eu acho que o presidente da Câmara tem muita preocupação com o que pode vir de investigação, sobretudo em relação ao RP9 [nomenclatura das emendas de relator], que são emendas secretas que ele coordena e isso vai causar, talvez, o maior escândalo do Brasil", declarou o senador na ocasião.
Disputa regional
As declarações de Renan contra o orçamento secreto expõem uma disputa regional de Alagoas. As emendas de relator têm ampliado a influência do clã de Lira no estado e retirado influência de Renan Filho, governador de Alagoas, sobre os municípios. Renan Filho, como o nome sugere, é filho de Renan Calheiros.
Nos bastidores, há um acordo sendo construído para que o senador Fernando Collor (PROS), também da bancada de Alagoas, seja reeleito ao cargo em 2022. Isso poderia colocar em risco as pretensões de Renan Calheiros em eleger o filho senador.
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