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Moraes afasta Roberto Jefferson da presidência do PTB por 180 dias

Roberto Jefferson - Valter Campanato/Agência Brasil
Roberto Jefferson Imagem: Valter Campanato/Agência Brasil

Rafael Neves

Do UOL, em Brasília

10/11/2021 16h19

O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou hoje o afastamento do ex-deputado Roberto Jefferson da presidência do PTB pelo prazo de 180 dias. A decisão foi tomada no inquérito das chamadas milícias digitais, que apura a organização e o financiamento de atos contra a democracia e levou à prisão de Jefferson em agosto.

A decisão foi tomada a pedido de deputados federais e estaduais da sigla, que acusam Jefferson de uso indevido do fundo partidário e veem "prejuízos à imagem do partido e aos filiados" com o ex-deputado no comando. No final de setembro, Jefferson já havia pedido afastamento da presidência da sigla, por meio de uma carta escrita no presídio de Bangu 8, no Rio.

Segundo Moraes, as investigações apontam que o bolsonarista usou parte do fundo partidário do PTB "para financiar, indevidamente, a disseminação de seus ataques às instituições democráticas e à própria Democracia" por meio de postagens nos perfis oficiais dele e do próprio PTB.

Efetivamente, o que se verifica é existência de fortes indícios de que a estrutura do PTB, inclusive os recursos oriundos do fundo partidário, tem sido indevida e reiteradamente utilizada com o objetivo de viabilizar e impulsionar a propagação das declarações criminosas proferidas por Roberto Jefferson na internet"
Ministro Alexandre de Moraes, em despacho

Para o ministro, Jefferson não poderia permanecer à frente do partido sob o risco de "destruição de provas e de intimidação a outros prestadores de serviço e/ou integrantes do PTB".

A decisão de Moraes destaca que o PTB pagou, de janeiro a agosto desse ano, R$ 429 mil a uma empresa de marketing digital pertencente a Rafaela Armani Duarte, secretária nacional de comunicação do partido.

Segundo o ministro, o dinheiro teria bancado o gerenciamento das redes de Jefferson e do PTB, por meio das quais o presidente da legenda teria usado "para a propagação das declarações criminosas que motivaram a sua prisão".

O advogado Luiz Gustavo Pereira da Cunha, que defende Jefferson, informou que estuda o caso com a equipe jurídica para comentar as acusações. O UOL também busca contato com Rafaela Armani Duarte, secretária de comunicação do PTB. Assim que houver manifestações, o texto será atualizado