Presidente do PSDB-SP: 'Não aceitaremos adiar as prévias para 2022'
O presidente do PSDB de São Paulo, Marco Vinholi, voltou a se posicionar hoje contra a possibilidade do adiamento das prévias à presidência para 2022. Ontem (21), depois de uma pane no aplicativo, a votação foi suspensa sem data para retomada.
O aplicativo encomendado exclusivamente para a votação começou a apresentar instabilidade logo pela manhã e, ao final do dia, cerca de 8% dos quase 45 mil inscritos para votar tinham efetuado o voto, o que causou revolta entre as candidaturas de Arthur Virgílio (AM), Eduardo Leite (RS) e João Doria (SP). Representantes das três campanhas estão reunidos na tarde de hoje para decidir o que fazer.
"Nós não vamos aceitar, sobretudo depois de ver uma comissão eleitoral com a maioria pró-Eduardo Leite, de acompanhar um aplicativo feito por uma entidade do Rio Grande do Sul, de tanta coisa ao longo do processo, é que se discuta qualquer tipo de possibilidade de postergação de prévias para o ano que vem. Aí nós não vamos aceitar de maneira alguma", disse Vinholi, também secretário de Desenvolvimento Regional de SP, em entrevista à CNN.
As três candidaturas já haviam se reunido com lideranças do partido na noite de ontem, após a paralisação, mas não conseguiram chegar a um consenso. Doria e Virgílio defendem que a votação seja retomada apenas no próximo domingo (28), enquanto o problema no app é resolvido, enquanto Leite defende que o pleito seja reaberto o quanto antes por 48h ininterruptas, para que haja espaçamento do fluxo.
Há, no entanto, uma terceira corrente, que prega a suspensão definitiva da votação e retomada do debate em 2022, com possibilidade de decisão durante a Convenção Partidária em março, o que excluiria o voto dos filiados sem mandato. Embora não seja a posição de Leite, o grupo que defende isso, em especial no diretório de Minas Gerais, apoia o gáucho.
Na entrevista, Vinholi disse que a parte "mais interessada" em dar andamento às votações internas do partido é o diretório comandado por ele, já que 62% dos inscritos para votação via app são de São Paulo.
"Finalizar as Prévias garantindo o direito do voto dos filiados e escolher o candidato a presidência da República do PSDB. Melar a prévias e jogar para 2022 jamais", disse Vinholi ontem por seu perfil no Twitter. A suspensão foi motivada por questões de infraestrutura técnica, que não comportou a demanda dos votantes das prévias.
As três campanhas estão reunidas neste momento com o presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, e outras lideranças para resolver a questão. De acordo com Araújo, o parecer técnico sobre a falha do aplicativo poderá ser apresentado também nesta segunda-feira.
"No início da tarde, haverá parecer técnico dos representantes do três candidatos sobre o real status e diagnóstico do aplicativo para entender qual é o tempo de resolução dele. Se for de curtíssimo prazo, a ideia é que seja disponibilizado praticamente que imediatamente para o filiado. Se a posição for outra, as campanhas vão ter de dialogar para saber como vamos fechar essa parte para fechar o resultado", disse Araújo.
Prévias marcadas por falhas
A eleição das prévias presidenciais do PSDB entre os governadores João Doria (SP) e Eduardo Leite (RS) foi marcada ontem por instabilidade no aplicativo de votação destinado aos filiados.
O processo acabou suspenso e só será retomado o quanto antes após ajustes no programa. Para tentar uma solução, os candidatos, incluindo Arthur Virgílio (AM), discutiram, em reunião com a direção do PSDB, adiar ou prorrogar as prévias. A questão é quando a ferramenta estará com os problemas superados. O problema agravou a briga entre as campanhas de Leite e de Doria.
Por causa das falhas, o governador do RS pediu, no início da tarde, a reunião para discutir os erros identificados na biometria facial, que travam a ferramenta.
O aplicativo custou cerca de R$ 1,3 milhão ao PSDB, mas os custos das prévias são maiores —incluem a realização de evento em Brasília, neste domingo, e a verba para cada campanha, que foi de mais de R$ 1 milhão. Sem contar as passagens e hospedagens para que prefeitos de todo o Brasil fossem à capital federal.
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