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Vamos vencer e mostrar que o PSDB 'não tem e não terá dono', dispara Leite

Do UOL, em São Paulo

23/11/2021 13h28Atualizada em 23/11/2021 16h49

Governador do Rio Grande do Sul e candidato para ser o nome do PSDB nas eleições de 2022, Eduardo Leite disse hoje, em entrevista ao UOL News, que acredita que vencerá as prévias do partido e mostrará que a sigla "não tem e não terá dono".

As prévias presidenciais do PSDB, disputadas por Leite e pelo governador de São Paulo, João Doria, foram adiadas no domingo (21) após uma falha no aplicativo de votação do partido. Ontem, a sigla afirmou que as prévias deverão ser finalizadas até o próximo domingo (28).

Vamos concluir a votação. É o que nós desejamos. O nosso partido não respondeu com objetividade [quando as prévias serão finalizadas]. Está analisando as saídas tecnológicas. O que nós queremos é que se resolva e que a gente consiga fechar esse processo para dar o claro recado de que esse partido não tem e não terá dono. Eu quero que essas prévias sejam concluídas porque nós vamos ganhá-las.
Eduardo Leite em entrevista ao UOL News

O político declarou que iria ganhar as prévias tucanas no domingo (21), mas o aplicativo de votação teve "entraves tecnológicos". Ele reforçou que a militância do partido não quer que a sigla tenha um dono e único nome como representante. O candidato não citou o nome de Doria, o seu principal concorrente na disputa.

"A gente percebe na militância do PSDB o desejo de não permitir que o PSDB tenha dono. Não é para virar o partido de uma pessoa, de alguém, de um projeto individual", afirmou Leite. Esse é o sentimento do partido, isso que eu busco representar e é isso que vai vencer nessas prévias."

E completou: "Nós queremos a conclusão desse processo de votação o quanto antes para que o PSDB possa apresentar uma alternativa nesta eleição longe dos extremos, longe dos radicalismos que estão minando e prejudicando o nosso país".

Acusação contra Doria

Leite advertiu que o partido terá que lidar com os problemas gerados ao longo das prévias e citou denúncias — segundo ele, feitas por outros políticos — sobre pressão para a votação em determinado candidato, suspensão de filiação de vereadores no interior de São Paulo e irregularidades de filiação, além do problema no aplicativo de votação.

Leite não comentou a quem se referia ao falar sobre a pressão de votação em um dos seus concorrentes. Contudo, sem apresentar provas, o governador do Rio Grande do Sul acusou ontem o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), de comprar votos nas prévias do PSDB, que decidirão o candidato da sigla à presidência da República.

"Não há nenhuma denúncia de tentativa de compra de votos do nosso lado, nenhuma denúncia de pressão política, nenhuma denúncia de que tenhamos exonerado pessoas por não nos apoiar. Do outro lado, nós vemos isso, denúncia de compra de votos, pressões indevidas, suspensão de filiações e demissão de pessoas", afirmou Leite ontem.

Mesmo com as acusações feitas ontem, Leite se limitou a dizer hoje que não fez nenhuma denúncia no sentido de o governador de São Paulo estar envolvido com as supostas falhas no aplicativo de votação ou algo do gênero.

Ao UOL News, o candidato nas prévias falou que está apenas comentando denúncias relacionadas à cobertura da "imprensa", e que "não são denúncias ofertadas" por ele. Segundo ele, essas acusações precisam de averiguação.

Episódio não é suficiente para tirar o brilho do PSDB, diz Leite

O político do Rio Grande do Sul disse que o travamento do aplicativo das prévias deve ser analisado, mas declarou acreditar que os cerca de 3 mil votos computados durante o período de funcionamento do sistema devem ser validados: "Inclusive, eu tenho a expectativa de ter vencido nesses votos que já estão lá computados."

Para Leite, a situação será contornada pelo partido, que deverá tirar aprendizados sobre o episódio.

O que temos nesse episódio é a ousadia de implementação de uma ferramenta tecnológica que, infelizmente, não atendeu às expectativas. Isso será contornado. O PSDB fechará esse episódio, vai ter o seu candidato e vai falar sobre gestão e sobre o Brasil [nas eleições do] ano que vem.

O político finalizou a entrevista dizendo que a situação não é o suficiente "para tirar o brilho do PSDB" e as políticas realizadas por diferentes gestões da sigla.