Queiroz diz que Wassef o protegeu ao hospedá-lo em Atibaia: 'Iam me matar'
Ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), o policial militar reformado Fabrício Queiroz disse que um tratamento médico o levou a ser hospedado no escritório do advogado Frederick Wassef, em Atibaia (SP), a quem se mostrou "muito grato". Ele relatou ter sido alvo de ameaças de morte e afirmou que, ao recebê-lo, Wassef o "protegeu".
Queiroz foi preso em junho do ano passado após ser encontrado justamente no escritório do advogado, que também trabalhou para Flávio e para o próprio presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O ex-assessor nega, porém, que conheça Wassef, ainda que o chame de "Fred" e "Anjo".
"Bragança Paulista [a cerca de 25 km de Atibaia] é top em medicina, e eu tinha que fazer outro tratamento de próstata. Fui encaminhado para lá, e o doutor Wassef cedeu o escritório dele para eu ficar. [Wassef acabou] Cuidando da minha saúde e protegendo a minha vida, sou muito grato a essa pessoa", explicou Queiroz em entrevista exibida hoje no "SBT News".
"Ele é o advogado do presidente da República. Já pensou fazer essa covardia comigo [me matar] e jogar a culpa no Jair Bolsonaro? Ele protegeu o presidente e, graças a Deus, protegeu a mim", completou. "[Mas] Nunca vi o Fred, só conheço por televisão."
O pessoal queria me matar. Tem que ficar bem enfatizado isso: eu ia ser queima de arquivo para cair na conta do presidente [Jair Bolsonaro], como aconteceu com o capitão Adriano [da Nóbrega, acusado de chefiar milícia no Rio de Janeiro].
Fabrício Queiroz, ao SBT News
Amigo da família Bolsonaro há mais de 30 anos, Queiroz ainda disse não ter tido mais contato com o presidente ou com o senador Flávio desde 2019, quando o antigo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) identificou movimentações atípicas em contas ligadas a ele.
"Eles são meus amigos, sim. E o presidente da República... Ele foi bem claro na primeira entrevista que ele deu logo que saiu esse escândalo. Ele falou: 'Queiroz é meu amigo, cortei a relação com ele e, enquanto não ficar esclarecido, nós não nos falamos'. Meia palavra basta, não precisa desenhar. Nunca nos falamos, nem com ele, nem com o senador", afirmou o ex-assessor.
Caso Queiroz
Fabrício Queiroz é apontado como operador da "rachadinha", um suposto esquema de repasses ilegais dos salários de funcionários no gabinete de Flávio na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio), na época em que o senador ainda era deputado estadual.
O caso levou o PM reformado a ser denunciado pelo MPRJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) por peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa, em novembro de 2020.
Flávio também foi denunciado, mas ambos negam irregularidades. A denúncia está parada desde então, em meio a impasses na Justiça envolvendo quebras de sigilo e o foro do senador.
Queiroz foi preso em 18 de junho de 2020 em Atibaia, no interior de São Paulo, numa ação conjunta do MPRJ e do MPSP (Ministério Público de São Paulo). Depois, foi transferido para o Rio, onde passou cerca de 20 dias até ter a prisão convertida para domiciliar. Ele e a esposa, Márcia Aguiar, foram soltos em março deste ano, após decisão favorável do STJ (Superior Tribunal de Justiça).
(Com Estadão Conteúdo)
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