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Moro diz ganhar menos do que Lula e ataca: Não deve saber preço da gasolina

Sergio Moro em entrevista à Rádio Jovem Pan, de Curitiba  - Reprodução/Jovem Pan
Sergio Moro em entrevista à Rádio Jovem Pan, de Curitiba Imagem: Reprodução/Jovem Pan

02/12/2021 11h40Atualizada em 02/12/2021 12h38

O pré-candidato à presidência Sergio Moro (Podemos) subiu hoje o tom das críticas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), seu possível adversário nas eleições em 2022. O ex-juiz comparou o seu salário de R$ 22 mil, que passou a receber do Podemos após a sua filiação ao partido em novembro, ao vencimento que Lula tem no PT.

"Escolhemos um vencimento junto ao Podemos, por uma posição de dirigente partidário, e é um valor menor do que ganha o candidato do PT, Lula", disse Moro, em entrevista à Rádio Jovem Pan Paraná. Em setembro, no podcast Mano a Mano, Lula disse que ganhava cerca de R$ 27 mil por mês do partido.

O ex-juiz, responsável pelos processos da operação Lava Jato em Curitiba, criticou Lula na sequência:

Nem tem despesa de carro e deslocamento. Acho que não deve saber o preço da gasolina porque anda lá com o pessoal da segurança.

Moro ainda citou a aposentadoria recebida por Lula — por ser anistiado, e não por ser ex-presidente, como o político do Podemos chegou a dizer na entrevista — e as despesas pagas pela União a todos os ex-presidentes.

Assessoria de Lula rebate

Em contato com o UOL, a assessoria de Lula rebateu a declaração de Moro, dizendo que o ex-presidente segue o definido em lei em relação às despesas pagas pela União.

"O ex-presidente Lula não tem aposentadoria de presidente da República. As questões de segurança para ex-presidente são aquelas definidas na lei. O ex-presidente sabe o preço da gasolina e do gás de cozinha, e o povo também sabe que o preço da gasolina e do gás de cozinha era bem mais baixo no governo dele", diz a nota.

Em relação à aposentadoria, o UOL Confere recentemente mostrou que é falsa a alegação de que Lula tem uma aposentadoria de R$ 35 mil como anistiado político, conforme chegou a circular nas redes sociais. Atualmente, segundo assessores, o valor bruto da aposentadoria dele é de R$ 10.354,12.

O Ministério do Trabalho concedeu ao petista, em 1993, a aposentadoria de anistiado. A decisão foi tomada sob a justificativa de que a ditadura militar cassou os direitos sindicais de Lula, em abril de 1980, e o destituiu da presidência do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo (SP) por ato de exceção. Em 2009, o MPF (Ministério Público Federal) considerou a aposentadoria de Lula regular e arquivou um processo administrativo que apurava o caso.

"Tenho que sustentar minha família"

Moro ainda disse que "não enriqueceu" por sua atuação como juiz e, posteriormente, no período como ministro da Justiça e Segurança Pública. Recentemente, o pré-candidato ainda prestou serviços de consultoria para uma empresa americana.

"Muito simples isso, as pessoas não entendem às vezes. Não enriqueci como juiz e ministro, sempre tive ali meu salário. Tenho uma família, sou casado, tenho meus filhos, tenho que sustentar minha família, embora minha esposa também trabalhe e às vezes ganhou bem mais do que eu na carreira pública. Não enriqueci na vida pública, então tenho que ter meio de subsistência", disse.

Em 2017, em seu penúltimo como magistrado, Moro ganhava um salário oficial de cerca de R$ 28 mil, conforme mostrou o UOL Confere. Como ministro, seu salário era de aproximadamente R$ 30 mil. Os vencimentos, nos dois casos, poderiam sofrer aumento dependendo do mês por causa de gratificações e outros benefícios estipulados em lei.

A remuneração de dirigentes partidários é permitida, seja com dinheiro público — recebido por meio do Fundo Partidário — ou privado — arrecadado em doações externas e contribuições de filiados.