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Kennedy: Tebet se contradiz por ir bem na CPI, mas aprovar Mendonça no STF

Do UOL, em São Paulo*

08/12/2021 12h51Atualizada em 08/12/2021 13h46

O colunista do UOL Kennedy Alencar afirmou hoje, durante o UOL News, que a presidenciável e senadora Simone Tebet (MDB-MS) é "contraditória" por ter atuado bem na CPI da Covid, no Senado Federal, contra o negacionismo e votar a favor do nome de André Mendonça para assumir o cargo de ministro da STF (Supremo Tribunal Federal).

Segundo o colunista, Mendonça apoiou medidas contrárias à ciência quando era advogado-geral da União e ministro da Justiça do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Durante diversas situações da CPI da Covid, Tebet protagonizou momentos de defesa da ciência e contra o negacionismo do governo federal e do presidente frente à pandemia da covid-19. Em setembro, a parlamentar, que era da bancada feminina da CPI, chegou a ser chamada de "descontrolada" por Wagner Rosário, chefe da Controladoria-Geral da União, durante embate em depoimento ao colegiado.

"A Simone Tebet me parece contraditória porque na CPI ela teve um desempenho muito bom. Ela combateu o negacionismo na CPI. Na semana passada, na sabatina do André Mendonça, ela votou a favor do Mendonça e disse que ia passar uma borracha, inclusive, no passado negacionista do Mendonça. Quando era advogado-geral da União e ministro da Justiça de Bolsonaro, [Mendonça] apoiou medidas negacionistas. Portanto, ela tem contradições a explicar", disse o colunista.

A CCJ (Comissão de Constituição de Justiça) do Senado aprovou, por 47 votos a 32, a indicação de André Mendonça para a vaga em aberto no STF, no dia 1º de dezembro. O ex-ministro da Justiça e ex-advogado-geral da União, que passou por uma sabatina de mais de oito horas, será o segundo ministro da Corte indicado pelo presidente.

Nascido em Santos, no litoral paulista, Mendonça já era cotado para a cadeira pelo menos desde julho de 2019, quando entrou na lista de postulantes após Bolsonaro afirmar, em um culto com a bancada evangélica na Câmara dos Deputados, que levaria ao Supremo um nome "terrivelmente evangélico".

O evento de pré-candidatura de Tebet está ocorrendo na tarde de hoje e conta com a presença de políticos de diversos partidos.

Para Kennedy, apesar de Tebet ser única mulher que anunciou sua candidatura na corrida ao Palácio do Planalto em 2022, a questão do gênero nas eleições do próximo ano "terá um peso menor do que as questões da economia e da pandemia". Apesar disso, o colunista ponderou que é importante a presença feminina na política brasileira.

Candidatura

Um dos alvos preferenciais dos partidos de centro, de direita e de esquerda para compor uma chapa presidencial em 2022, o MDB lança hoje a pré-candidatura da senadora Simone Tebet (MS) ao Palácio do Planalto. Tebet terá o desafio de fazer seu nome decolar mais rapidamente do que a ação dos partidos que desejam ter o apoio do MDB para seus próprios candidatos.

Citada como uma espécie de "vice ideal" por aliados de pré-candidatos como João Doria (PSDB), Sérgio Moro (Podemos) e Rodrigo Pacheco (PSD), Simone trabalha para fortalecer sua candidatura. Tem o apoio do presidente do MDB, deputado Baleia Rossi (SP), que enxerga o movimento como uma possibilidade de reposicionar o partido no jogo político.

Além disso, o perfil da candidatura de Simone é visto com grande potencial para atrair o eleitor insatisfeito com a polarização entre Lula (PT) e o presidente Bolsonaro. Com a exceção de Sérgio Moro, cuja candidatura começou a ganhar tração nas pesquisas, outros nomes da chamada terceira via são vistos no mesmo estágio (ou abaixo) de popularidade que o de Simone.

Em conversas recentes, questionada sobre a possibilidade de uma composição como vice, Simone tem sido aguda na resposta. E rebate dizendo que vai conversar sobre a vaga de número dois na chapa que pretende encabeçar.

*Com informações do Estadão Conteúdo