Deputado do DF leva cachorro ao plenário após liberação do acesso de pets
A Câmara Legislativa do Distrito Federal aprovou ontem projeto de resolução que permite a entrada de animais domésticos de pequeno porte nas dependências da Casa. A matéria, de autoria do deputado distrital Daniel Donizet (PL), prevê a entrada de pets com até 12 quilos no prédio.
Para comemorar a aprovação do projeto, o distrital levou ontem o cachorrinho Beethoven, de 6 anos, para o trabalho. Em seus perfis nas redes sociais, o parlamentar se descreve como defensor dos animais. Donizet é presidente da CPI de Maus-Tratos aos Animais, instalada em setembro.
"Fizemos história na Câmara Legislativa. Pela primeira vez, um animal de estimação entrou no Plenário da Casa e fez até discurso", afirmou o deputado.
"Cada vez mais estabelecimentos aceitam a entrada de animais. Por que não aqui na CLDF? Quem tem um pet quer ter o direito de andar com ele para todos os lugares. Eles são nossos melhores amigos, fazem parte das nossas vidas. Além do mais, é comprovado que a companhia dos pets aumenta a produtividade e reduz o estresse no trabalho", defendeu o deputado.
Sem fogos no Réveillon
Ao lado de Beethoven, na tribuna da Casa, o parlamentar, fazendo-se passar pelo animal, disse que "estava muito feliz" pela possibilidade de instalação de um espaço de convivência para animais na Casa e apelou para que os brasilienses não soltem fogos barulhentos durante as festas de fim de ano para evitar o sofrimento dos animais.
"Ele foi vítima de um canil clandestino. Hoje, ele faz um apelo de final de ano. Não soltem fogos de artifício barulhentos", disse o distrital.
A médica veterinária Thaís Matos, que atua na área de Confiança & Segurança da DogHero, maior empresa de serviços para pets da América Latina, explica que é preciso supervisionar os animais de estimação.
O som dos fogos de artifício causa medo nos cachorros, que por natureza ouvem mais alto. Com isso, eles podem apresentar ações como respiração ofegante, salivação excessiva, taquicardia (batimento cardíaco acelerado), tremedeira. Um jeito de fazer o pet perceber que está em segurança é oferecer os petiscos ou brinquedos que ele mais gosta.
Pets no trabalho são benéficos
Cada vez mais empresas no Brasil têm permitido que seus funcionários levem seus bichinhos de estimação para o trabalho. A ideia é ajudar a melhorar o ambiente, integrar equipe e reduzir o estresse. Mas cuidados devem ter tomados para não causar desconforto a outros funcionários e também para garantir o bem-estar dos pets.
"As empresas têm adotado a prática com o objetivo de tornar o ambiente mais agradável para os colaboradores. E tem dado certo", diz a psicóloga Marília Zampieri. Segundo ela, estudos realizados nos Estados Unidos a partir dos anos 2000 sugerem que funcionários que levam animais para o escritório têm sensações diferentes das dos outros funcionários: a percepção do estresse, por exemplo, é mais leve.
Pesquisa recente conduzida pela OnePoll e encomendada pela Mars Petcare apontou que muitas pessoas se sentiriam mais felizes e confiantes com a presença de seus pets no ambiente de trabalho. A pesquisa ocorreu nos Estados Unidos, com uma amostra de mil profissionais e 2 mil empregadores.
De acordo com os resultados, 59% dos entrevistados afirmaram que escolheriam uma empresa para trabalhar pelo fato dela possuir escritórios "pet friendly", além de mais de 50% dos entrevistados relatarem que gostariam de ter a possibilidade de levar seus animais de estimação ao local de trabalho, afirmando ainda que o fariam pelo menos uma vez na semana.
Com relação aos empregadores, 87% dos que foram ouvidos pela pesquisa disseram conseguir reter e atrair mais talentos por serem "pet friendly". O motivo disso seria de que, além de sanar uma crescente necessidade de grande parte dos profissionais de estarem mais próximos dos seus pets, isso ajuda a diminuir as preocupações com eles, quando são deixados em casa.
Dos profissionais entrevistados. 50% relataram preocupar-se com o pet sozinho em casa enquanto trabalham e as principais preocupações estão nas necessidades básicas: mais de 30% acha que o pet precisa passear, já 35% se preocupam com o fato dele estar com fome ou sede.
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