Tico Santa Cruz: Não apoio Ciro como ser humano, mas defendo o projeto
O músico Tico Santa Cruz, líder da banda Detonautas, disse ao UOL Entrevista hoje (13) que não apoia o ex-ministro da Fazenda e da Integração Nacional Ciro Gomes (PDT) como ser humano à Presidência, mas, sim, o projeto representado pelo ex-ministro.
"Desde 2018 tenho identificação com o projeto que ele tem. Vejo que o Ciro apresenta ideias não só do ponto de vista teórico, mas do ponto de vista prático", explicou.
O cantor avalia que Ciro também deve procurar alianças na centro-direita, como tem feito o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que pode formar chapa com o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, de saída do PSDB:
"A grande dificuldade do Ciro, a meu ver, é encontrar conciliação com alguém que possa levá-lo para o eleitorado da centro-direita e aplicar a política econômica que vai atingir grupos que historicamente estão ligados aos interesses dos que controlam 99% da renda."
Pesquisa realizada pelo Instituto Ideia mostra que Lula venceria em todos os cenários simulados de primeiro e segundo turno nas eleições presidenciais de 2022. O petista lidera a pesquisa estimulada - quando os candidatos são apresentados previamente - com 37% das intenções, à frente de nove adversários. Já no segundo turno, Lula também vence o presidente Jair Bolsonaro (PL), Sergio Moro (Podemos), Ciro Gomes (PDT) e João Doria (PSDB). Em todos os cenários, não há possibilidade de vitória em 1º turno.
Novo livro
Durante a entrevista, Tico Santa Cruz também revelou que está escrevendo um novo livro para contar sua história a partir de 2014, quando, segundo ele, começou a sofrer ataques por se posicionar contra o impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT).
"Fiquei muito associado ao PT, ao petismo. Comecei a sofrer boicotes no meu trabalho. Naquela época, a 'milícia digital' já era organizada e ameaçava os contratantes, dizendo que ia quebrar a casa e invadir", contou. O músico disse que precisou ser protegido por um programa do Ministério dos Direitos Humanos.
"2022 vai ser um ano bastante pesado, difícil. O Brasil ainda está polarizado, isso prejudica diálogos entre as pessoas. O bolsonarismo levou a gente a um lugar de destruição. Precisamos de pessoas que estejam conectadas com a democracia", avaliou Tico.
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