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Kennedy: Bolsonaro deverá responder se técnicos da Anvisa forem agredidos

Do UOL, em São Paulo

17/12/2021 13h52Atualizada em 17/12/2021 18h32

O colunista do UOL Kennedy Alencar afirmou hoje, durante o UOL News, que o presidente Jair Bolsonaro (PL) deve ser responsabilizado caso algum dos técnicos da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) seja agredido em razão da sua "incitação ao ódio" contra membros da agência.

Ontem, o chefe do Executivo anunciou que pediu os nomes dos integrantes da Anvisa responsáveis por aprovar a aplicação do imunizante da Pfizer contra a covid-19 em crianças de 5 a 11 anos.

A outra questão é essa incitação ao ódio. Esse discurso do Bolsonaro contra os técnicos da Anvisa, Fabíola, ele tem que ser responsabilizado se essas pessoas forem agredidas. E essas pessoas podem ser agredidas. Esse discurso de ódio não pode ser naturalizado. Esse discurso e a naturalização da incitação ao ódio não podem ser aceitas no Brasil. E isso é uma obra do Bolsonaro, sim. Ele é um defensor de torturador, ele joga contra os técnicos da Anvisa, é um irresponsável. Ele tem que ser responsabilizado se alguma coisa acontecer.
Colunista Kennedy Alencar no UOL News

Kennedy pontuou que é um "absurdo" que o presidente e o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, contrariem as recomendações da Anvisa para a vacinação das crianças de 5 a 11 anos.

Também na data de ontem, Queiroga disse que não há doses da vacina contra covid-19 para vacinar as crianças ainda neste ano, e que é necessário fazer outra avaliação sobre o tema junto da sociedade. O diretor-presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, rebateu o ministro da pasta e afirmou que a recomendação para uso do imunizante da Pfizer nessa faixa etária foi "100% firmada pela área técnica da agência".

"Primeiro, é um absurdo a essa altura ter um presidente e um ministro da Saúde que discutam a necessidade de vacinar crianças. Está aprovado lá nos Estados Unidos com autorização, a Anvisa recomenda aqui no Brasil. O Marcelo Queiroga se comporta como um sabujo, preocupado em permanecer no cargo e continuar como ministro. Nunca foi ministro da Saúde, nunca foi técnico. Essa coisa de que ele era visto como um técnico por ser médico, nunca atuou assim, sempre atuou mediante os interesses do Bolsonaro."

O colunista ainda declarou o governador de São Paulo, João Doria,"está certo" e merece os "parabéns" por negociar um acordo com a farmacêutica Pfizer para a compra de vacinas destinadas a crianças de 5 a 11 anos para a aplicação no estado. "O Doria sempre esteve certo e o Bolsonaro errado."