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Moro vai sofrer como políticos sofreram, diz Tales sobre doação de Youssef

Do UOL, em São Paulo

29/12/2021 14h24

O colunista do UOL Tales Faria avaliou, no UOL News de hoje, que as doações do doleiro Alberto Youssef ao senador Alvaro Dias (Podemos-PR), um dos principais aliados de Sergio Moro (Podemos), podem render críticas ao ex-juiz após sua conduta à frente da Lava Jato de Curitiba.

Uma reportagem publicada hoje na Folha mostrou que a campanha de Dias ao Senado, em 1998, recebeu R$ 21 mil de duas empresas de Youssef; o doleiro foi um dos pivôs da Lava Jato e foi preso por determinação do próprio Moro, fato que o ex-juiz frisou em entrevista concedida hoje à Rádio Capital FM (MT).

Defensor da Lava Jato, Dias disse que abriu mão de concorrer à presidência para viabilizar a candidatura de Moro pelo Podemos; o senador concorreu a chefe do Executivo em 2018.

Embora Moro, hoje pré-candidato à presidência, tenha dito que não conhecia Dias ou mesmo Youssef na época das doações, Tales Faria observou que a dureza com que tratou os recursos de campanha enquanto juiz pode pesar contra a própria imagem.

"Ele vai sofrer um pouco do que ele fez com o Lula e os políticos em geral quando comandou a Lava Jato", afirmou.

[A doação] É um vício dos políticos em geral que Moro, como juiz, não soube contextualizar e resolveu usá-lo apenas contra o seu principal inimigo na época, o ex-presidente Lula."
Tales Faria, colunista do UOL

Moro chegou a classificar Youssef como "criminoso profissional" em uma de suas decisões. As doações do doleiro a Dias constam em documentos da Justiça Eleitoral e foram citadas pelo próprio Youssef em depoimento à CPI da Petrobras, em 2015.

À Folha, Dias disse que seguiu conforme a lei em suas campanhas e que todas as contas foram aprovadas pela Justiça Eleitoral.

"Não quero redimir Alvaro Dias, mas o fato é que Youssef contribuiu para várias campanhas eleitorais. Ele tinha domínio de vários políticos com essas contribuições", observou Tales. "Esse é um caso antigo e bem antes de se falar em Mensalão, Lava Jato, Petrolão, essas coisas."