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'Difícil entender a morte', diz Bolsonaro em velório de mãe

Do UOL, em São Paulo

21/01/2022 20h41

Visivelmente emocionado, o presidente Jair Bolsonaro (PL) falou ao microfone no velório de sua mãe, Olinda Bonturi Bolsonaro, de 94 anos, e disse ser difícil de entender a morte. O vídeo com a declaração de Bolsonaro foi publicado nas redes sociais. (Assista ao vídeo acima)

Olinda Bolsonaro —ou dona Lindinha, como era chamada por alguns familiares— morreu na madrugada de hoje depois de alguns dias internada no hospital São João, na cidade de Registro (SP), a 50 km de Eldorado (SP). A causa da morte não foi divulgada.

"'Nada temeis, nem mesmo a morte, a não ser a morte eterna'. Percy Geraldo Bolsonaro, meu pai, nos deixou em 1985. Hoje a senhora Olinda Bonturi, minha mãe, nos deixa. Um exemplo de mãe... de sete filhos. Um sofrimento muito grande. Se abateu para todos nós, em especial à Dona Olinda. Quando na cidade de Ribeira, ela perdeu um filho. Não existe dor maior para nós do que perder um filho", afirmou o presidente.

A partida da minha mãe faz parte do ciclo natural da vida, mas mesmo assim, é difícil entender a morte. E, nesse momento, só peço ao nosso Deus todo misericordioso que conceda à minha mãe a vida eterna. Presidente Jair Bolsonaro

Bolsonaro estava em viagem oficial no Suriname quando soube da morte de sua mãe. O presidente retornou ao Brasil e chegou à cidade de Eldorado às 15h, de helicóptero, acompanhado de sua comitiva, a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, e dois de seus filhos, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Renan Bolsonaro. Seu irmão, Renato Antônio Bolsonaro, também esteve presente.

Autoridades prepararam a cidade para a chegada do presidente. Dezenas de policiais rodoviários federais e policiais militares bloquearam a rua de acesso ao Salão Paroquial de Eldorado, onde Olinda Bolsonaro foi velada, e isolaram a calçada de entrada. Outros seguranças também bloquearam o local.

A imprensa acompanhou o velório na praça em frente ao salão. Bolsonaro chegou com a comitiva presidencial e familiares em carros pretos às 15h20. Lá, houve uma cerimônia religiosa com músicas.

O caixão saiu do local sendo carregado por familiares. Bolsonaro, emocionado, acompanhou o momento de braços dados com Michelle Bolsonaro.

Bolsonaro e os participantes da cerimônia seguiram em caminhada de 1 km do local do velório até o cemitério central da cidade embaixo de forte sol. Em todo trajeto, ele seguiu de braços dados com a primeira-dama.

Dezenas de moradores também acompanharam o momento do velório e chegaram a entrar no cemitério para presenciar o enterro. Durante o trajeto, algumas pessoas gritaram "meus sentimentos, Bolsonaro". Uniformizados de branco, membros da Marinha do Brasil também acompanharam o momento.

No cemitério, duas tendas cobriam a campa da família de Bolsonaro para proteger os convidados do sol. O presidente ajudou a carregar o caixão de sua mãe até a campa e acompanhou o enterro em silêncio, ao lado da primeira-dama e Flávio Bolsonaro. Jair Bolsonaro e seus filhos não falaram com a imprensa após a cerimônia.

Quem era a mãe de Bolsonaro?

Olinda teve sete filhos com o dentista Percy Geraldo Bolsonaro, que faleceu em 1985. O presidente é o terceiro filho do casal.

Descendente de italianos, ela fazia parte de uma família de imigrantes. A mãe de Bolsonaro era dona de casa e morou na zona rural a maior parte de sua vida.

Em entrevista à revista Crescer em 2015, Olinda contou que, quando o presidente e os irmãos nasceram, a família morava em Campinas. Mas o pai decidiu pela mudança para o Vale do Ribeira, uma região com poucos dentistas. O destino escolhido foi a cidade de Eldorado, onde o presidente foi criado.