Após Moro revelar salário em live, A&M envia valores ao TCU
A consultoria americana Alvarez & Marsal enviou ao TCU (Tribunal de Contas da União) um documento com a descrição dos valores pagos ao ex-ministro Sergio Moro (Podemos).
A prestação de contas foi feita logo após o pré-candidato revelar o montante durante uma live no fim da tarde de hoje.
A companhia disse que prestou todos os esclarecimentos solicitados de forma "tempestiva e colaborativa, sendo que o parecer técnico do Tribunal demonstrou não haver nenhum tipo de conflito".
Além disso, ressaltou que o ex-juiz federal "não teve contrato ou mesmo exerceu qualquer função ou atividade" na empresa Alvarez & Marsal Administração Judicial, responsável pelas empresas ligadas à Lava Jato.
"Tratam-se de empresas distintas com atividades e equipes igualmente distintas e que seguem à risca as rígidas regras de compliance estabelecidas pela A&M em nível global. O contrato foi expresso em impedi-lo de atuar direta ou indiretamente no atendimento a clientes que tivessem qualquer envolvimento com a operação Lava Jato ou empresas investigadas por ele ao longo de sua carreira como juiz ou ministro, estando totalmente delimitado a atuar dentro do seu escopo de trabalho em disputas e investigações", diz o documento.
Moro recebeu o montante de US$ 45 mil (ou R$ 243 mil, na cotação atual), mensalmente. O ex-juiz federal trabalhou na empresa especializada em recuperações financeiras de empresas por um ano.
O contrato dele foi de 23 de novembro de 2020 a 26 de novembro de 2021, quando deixou a empresa para se filiar ao Podemos e concorrer às eleições.
Além disso, ele ganhou uma bonificação de US$ 150 mil (ou R$ 812 mil). Com isso, ao todo, Moro teria recebido R$ 3,728 milhões (na cotação atual) em trabalhos prestados para a companhia.
78% da receita foi de alvos da Lava Jato
A Alvarez & Marsal recebeu ao menos R$ 65,1 milhões de empresas envolvidas na operação Lava Jato. Segundo apurou o UOL, esse valor é 78% de todo o faturamento por administração judicial que a companhia alega ter tido de 2013 até o ano passado.
Em dezembro, o ministro Bruno Dantas, do TCU, determinou que a empresa norte-americana revelasse quanto pagou ao ex-ministro.
O órgão abriu o procedimento para apurar eventual conflito de interesses na atuação de Moro na consultoria, administradora judicial que cuidou da recuperação da Odebrecht, alvo da Lava Jato.
A companhia o contratou após deixar Ministério da Justiça do governo Bolsonaro.
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