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Bolsonaro já supera Dilma e Temer em uso de cartão corporativo, diz jornal

Estevam Costa/PR
Imagem: Estevam Costa/PR

Do UOL, em Brasília

30/01/2022 14h43Atualizada em 30/01/2022 14h43

Ainda com ao menos um ano de mandato pela frente, o presidente Jair Bolsonaro (PL) já gastou mais com o uso de cartão corporativo do que os ex-presidentes Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (MDB) nos quatro anos da gestão anterior, segundo o jornal O Globo.

A publicação afirma que Bolsonaro gastou R$ 29,6 milhões com cartões corporativos até dezembro do ano passado. O valor é 18,8% maior do que os R$ 24,9 milhões consumidos nos quatro anos da gestão anterior, que acabou sendo dividida por Dilma Rousseff (2015-2016) e Michel Temer (2016-2018), diz O Globo.

O jornal afirma que, somente em 2021, as despesas chegaram a R$ 11,8 milhões, o que representa o maior valor dos últimos sete anos. O valor só não é maior do que o registrado em 2014, R$ 13,3 milhões, quando Dilma era presidente.

O Globo também afirma que, em dezembro do ano passado, as compras com os cartões exclusivos da família presidencial chegaram a R$ 1,5 milhão. O valor é o mais alto, para um único mês, dos três anos da atual gestão. No fim de dezembro, o presidente Bolsonaro e família passaram alguns dias de folga em Santa Catarina.

De acordo com o jornal, os montantes, que foram corrigidos pela inflação, correspondem às faturas de 29 cartões vinculados à Secretaria de Administração da Presidência da República. Os cartões estão sob a responsabilidade do mandatário, de seus familiares e auxiliares mais próximos.

Segundo o próprio Palácio do Planalto, diz o jornal, dois dos cartões ficam permanentemente sob poder de Bolsonaro. Os cartões podem ser utilizados para despesas do dia a dia, como refeições durante viagens. As razões dos gastos, porém, são mantidas em sigilo. A alegação é de que a divulgação delas colocaria o presidente em risco.

O Globo informou que levou em consideração os gastos presidenciais desde 2013. Foi a partir daquele ano que o governo federal passou a divulgar de forma separada os gastos relativos ao presidente da República e de sua família dos outros gastos da Presidência, como os serviços do GSI (Gabinete de Segurança Institucional).

Enquanto deputado federal, Jair Bolsonaro era crítico do uso dos cartões corporativos. Em agosto de 2019, já como presidente, ele disse que iria divulgar os gastos pessoais feitos com o cartão corporativo. Chegou a dizer que levaria grupo de jornalistas ao banco para que vissem o extrato. No entanto, isso nunca aconteceu.

Neste mês, Bolsonaro criticou quem, segundo ele, questiona os valores gastos pelo governo federal com cartões corporativos. Ele defendeu que os cartões são usados para pagar "até a alimentação das emas" que vivem no Palácio da Alvorada, por exemplo.