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Mourão sobre visita à Rússia: 'Não estamos indo dar apoio a intervenção'

O vice-presidente brasileiro disse que o conflito entre os dois países deve resultar em uma "pendenga diplomática" - Isac Nóbrega/PR
O vice-presidente brasileiro disse que o conflito entre os dois países deve resultar em uma "pendenga diplomática" Imagem: Isac Nóbrega/PR

Colaboração para o UOL

09/02/2022 12h32Atualizada em 09/02/2022 12h45

O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) disse, em entrevista à CNN Brasil hoje, que o presidente Jair Bolsonaro (PL) não vai à Rússia para apoiar uma intervenção do Kremlin à Ucrânia, ou vice-versa.

"Não vejo que haja prejuízo em ir ou não ir (recuar da visita) [...] Não estamos indo lá para dar apoio a uma intervenção de uma nação sobre outra: estamos indo intensificar nossas relações, e também temos boas relações com a Ucrânia."

Na próxima semana, Bolsonaro se encontra com o presidente russo, Vladimir Putin, em Moscou. O encontro acontecerá em meio às tensões na fronteira entre a Rússia e a Ucrânia pela possibilidade de uma invasão russa.

"Não vejo que vá ocorrer algum tipo de acordo técnico-militar [entre Brasil e Rússia]. O Brasil foi chamado pelos EUA, ainda no período do Trump, para ser um aliado extra-Otan [Organização do Tratado do Atlântico Norte]. Creio que isso dificulta qualquer tipo de acordo com a Rússia [...] Os acordos que serão tratados lá estão muito mais na área econômica e comercial do que na militar", completou Mourão.

O vice-presidente brasileiro ainda disse que o conflito entre os dois países deve resultar em uma "pendenga diplomática".

Brasil preocupa Rússia

O governo de Jair Bolsonaro (PL) propôs uma aproximação formal à Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) em 2021, gerando a preocupação das autoridades russas e alertas sobre o que significaria uma aliança militar envolvendo o país.

Documentos e relatos exclusivos obtidos pelo colunista do UOL Jamil Chade revelam que o projeto de aproximação foi submetido aos países da Otan em 2021 e que, desde então, duas reuniões internas entre os embaixadores da aliança foram realizadas para debater a iniciativa brasileira.

De acordo com fontes de alto escalão, em agosto de 2021, o Brasil sondou diplomaticamente cada um dos 30 membros da Otan. O centro da conversa era a possibilidade de ser um dos membros do Centro de Excelência em Cooperação em Ciberdefesa, um campo de interesse do Ministério da Defesa.