Moro e Ciro criticam viagem de Bolsonaro à Rússia: 'Trapalhão no Kremlin'
Os pré-candidatos à Presidência Sergio Moro (Podemos) e Ciro Gomes (PDT) criticaram a viagem do presidente Jair Bolsonaro (PL) à Rússia em meio à escalada de tensão na crise do país com a Ucrânia.
Em publicação no Twitter, o ex-juiz chamou Bolsonaro de "trapalhão" e disse que o presidente está "no lugar errado e na hora errada". "Um trapalhão no Kremlin", escreveu Moro, citando a sede do governo russo.
"Bolsonaro tem a incrível capacidade de estar no lugar errado e na hora errada. Sua inexplicável ida à Rússia neste momento nos antagoniza com todo o Ocidente e é mais um constrangimento para a diplomacia brasileira."
Ciro afirmou que o presidente está fazendo turismo com recurso público, e que pode colocar o país em posição delicada com parceiros comerciais.
"Bolsonaro entende tanto de política externa quanto de economia ou de saúde pública. Ou seja, nada. Na melhor das hipóteses, sua ida à Rússia em meio a um dos momentos mais delicados da geopolítica mundial não passará de um indecente turismo com recursos públicos", escreveu.
"Se Bolsonaro falar o que não deve, como é corriqueiro, colocará o Brasil em uma posição delicada com parceiros comerciais importantes. Seu desejo por exibição e autopromoção pode custar muito caro ao nosso país", continuou.
Bolsonaro embarca hoje para Moscou, onde terá agendas com o presidente russo Vladimir Putin, empresários e líderes locais nos próximos dias. Autoridades do mundo todo temem que Moscou pode invadir o país vizinho "a qualquer momento".
O presidente da República chegou a ser aconselhado a cancelar ou adiar a ida à Rússia, mas decidiu ignorar os alertas e manteve a programação inicial - ele ficará em Moscou até quinta-feira (17), dia em que também visitará a Hungria para encontro com o primeiro-ministro Viktor Orbán.
Os encontros de Bolsonaro com Putin devem ocorrer na quarta-feira (16) em ao menos dois momentos. O primeiro será um encontro de recepção, durante a manhã, seguido por breve conversa entre os dois líderes. Posteriormente, Bolsonaro e outros membros da delegação brasileira participariam de um almoço no Kremlin, de acordo com o planejamento do Itamaraty.
Biden: Ataque à Ucrânia terá 'custos rápidos e severos'
Em uma conversa por telefone no último sábado (12), o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse a Putin que, caso a Rússia invada a Ucrânia, haverá "custos rápidos e severos" para Moscou. A conversa foi uma tentativa de acalmar os ânimos entre os dois países, mas a ligação terminou sem um desfecho que pudesse aliviar a tensão no leste europeu.
Após falar com Putin, Biden também ligou para o presidente da Ucrânia, Volodimir Zlelensky. Segundo informou a Casa Branca, os dois chefes de Estado acordaram em insistir com a "diplomacia e a dissuasão" para reduzir a tensão militar na região.
Com o temor crescente do Ocidente de uma eventual invasão russa, a Casa Branca acrescentou que Biden "deixou claro que os Estados Unidos responderão rápida e decisivamente, juntamente com seus aliados e parceiros, a qualquer agressão da Rússia à Ucrânia".
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