Randolfe pede no STF que Bolsonaro explique motivação de viagem à Rússia
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) protocolou hoje no STF (Supremo Tribunal Federal) representação em que pede que sejam apuradas as circunstâncias da viagem da comitiva do presidente Jair Bolsonaro (PL) à Rússia.
Na petição, o congressista lembra que os serviços de inteligência dos EUA relataram ao Congresso do país que a Rússia teria tentado interferir no pleito presidencial de novembro de 2020 em favor da reeleição do então presidente Donald Trump.
"Salta aos olhos como o discurso se alterou após a derrota de Trump na eleição para presidência dos EUA. O governo Bolsonaro, subserviente aos interesses de Trump, deixou de ter contato com aquele país, e agora volta seus interesses para Rússia", destacou o congressista na ação.
O pedido foi protocolado no mesmo inquérito que apura a realização de atos com pautas antidemocráticas no país.
Na ação, Randolfe cogita que a visita de Bolsonaro ao Kremlin (sede do governo russo) possa representar um risco às eleições presidenciais deste ano.
"Qual é a verdadeira razão para uma viagem à Rússia em momento internacional tão delicado, com ausência de ministros e a presença de numerosos integrantes de seu gabinete do ódio, e no início do ano eleitoral, cujo pleito, ao que indicam as pesquisas de intenções de votos e de rejeição ao governo até o presente momento?", indaga o congressista.
No pedido encaminhado ao STF, Randolfe solicita que sejam tomados os depoimentos do vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro e do assessor-especial da Presidência da República, Tércio Arnaud, que acompanharam o presidente na comitiva.
Questionado nesta semana sobre a presença de Carlos na viagem, Bolsonaro afirmou que o filho administra suas redes sociais.
A presença de Tercio Arnaud no grupo precursor da comitiva de Bolsonaro à Rússia provocou o corte de ministros que acompanhariam Bolsonaro na viagem, como Paulo Guedes (Economia).
"Gabinete do ódio" é como ficou conhecido o grupo de assessores de Bolsonaro que, segundo a CPI das Fake News, atuariam em conjunto com uma suposta milícia digital de apoiadores do presidente a fim de atacar seus adversários e espalhar desinformação.
Em relatório encaminhado ao STF, a PF (Polícia Federal) disse na semana passada que a milícia digital estaria usando a estrutura do chamado "gabinete do ódio". O documento foi elaborado pela delegada Denisse Ribeiro.
Divulgação de agenda
Randolfe Rodrigues, em sua representação no STF, pede ainda a divulgação da agenda individualizada de cada um dos integrantes da viagem, com a exposição sumária dos temas tratados e a apresentação dos resultados individualizados da comitiva presidencial.
O UOL pediu ao Itamaraty um consolidado de todos os protocolos e memorandos de entendimento que tenham sido assinados por ocasião da visita de Bolsonaro à Rússia.
"No contexto da visita do senhor presidente da República a Moscou, foi assinado o Protocolo de Emenda ao Acordo entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo da Federação da Rússia sobre Proteção Mútua de Informações Classificadas, de 2008, a fim atualizar os níveis de equivalência de classificação da informação", respondeu o MRE (Ministério das Relações Exteriores) em nota.
"Além do referido protocolo, os presidentes dos dois países também chegaram a entendimentos em diversos temas, conforme consta do Comunicado Conjunto publicado no sítio eletrônico do Itamaraty", disse a pasta.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.