Moro nega embate com PF, mas diz que 'combate à corrupção está estacionado'
O pré-candidato à Presidência da República Sergio Moro (Podemos) negou hoje que tenha travado um embate público com a Polícia Federal, mas afirmou que "houve queda na qualidade" da corporação e que, atualmente, o "combate à corrupção no país está estacionado".
O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública comentou a troca de críticas entre ele e a PF durante conversa com jornalistas após um debate com os pré-candidatos ao Planalto Simone Tebet (MDB) e Luiz Felipe d'Avila (Novo). Os políticos participaram de um evento organizado pelo grupo empresarial Lide, em um hotel da zona sul de São Paulo.
Em nota oficial, na última semana, a corporação rebateu as acusações feitas pelo ex-ministro da Justiça de que o órgão não tem atuado para combater a corrupção no país e que isso seria um resultado direto das nomeações feitas pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) em postos-chave da PF, com a troca de superintendentes.
Questionado pelo UOL, Moro atribuiu apenas ao diretor-geral da PF, Paulo Maiurino, as críticas abertas que recebeu. Para Moro, "houve uma tentativa do diretor da Polícia Federal de interferir no debate eleitoral". "Meu embate não é com a instituição", reafirmou.
"O que existe, assim, é um fato que é inegável de que o combate à corrupção hoje no país está estacionado", criticou Moro.
"Houve uma queda de qualidade. Eu duvido que você consiga lembrar um nome de uma pessoa relevante que foi investigada e presa por corrupção em 2021. Quando eu falo isso é que a gente valorizar a Polícia Federal", concluiu o ex-juiz, que disse ter respeito por todos os servidores do órgão.
Moro saiu do governo Bolsonaro em abril de 2020, após o presidente ter demitido o então diretor-geral da PF, Maurício Leite Valeixo. Moro chegou a acusar Bolsonaro de interferir na Polícia Federal para ter informações de inquéritos do órgão.
A reportagem procurou a Polícia Federal e a matéria será atualizada caso um posicionamento seja enviado.
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