Bolsonaro chama críticos de 'vagabundos' e volta a atacar terras indígenas
Em uma entrevista concedida na manhã de hoje (7) a um veículo de imprensa de Roraima, o presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a atacar a demarcação de terras indígenas e afirmou que tem sido criticado por "vagabundos", dentro e fora do país, por defender a exploração dos territórios ocupados pelos povos nativos.
"Você não imagina como me esculhambam fora do Brasil por não ter demarcado nenhuma terra indígena. O vagabundo que me critica diz que eu toco fogo na Amazônia todo ano. Não demarquei uma terra quilombola, não demarquei um parque nacional. Agora, a continuar na batida que estavam fazendo, mais quatro anos de demarcações, Roraima ia embora", declarou.
Bolsonaro também defendeu o Projeto de Lei 191/20, enviado pelo governo ao Congresso em fevereiro de 2020, que possibilita a exploração econômica em terras indígenas. Ele disse esperar que o texto seja aprovado ainda neste mês.
"Temos um projeto que permite nós explorarmos essas terras indígenas, e de acordo com o interesse do índio. Então o que acontece é que, se eles concordarem, podemos explorar minérios, fazer hidrelétricas. Ou seja, o que o fazendeiro faz em suas terras, o índio poderá fazer nas suas", afirmou Bolsonaro.
Com relação à produção de potássio em terras indígenas, o presidente disse que o "Brasil e o mundo" perde com a não exploração do mineral.
"Daqui a dois ou três anos espero que possamos dizer que não somos mais dependentes da importação de potássio para o nosso agronegócio, que é a locomotiva da nossa economia", ressaltou.
Protesto marcado
Nesta semana, artistas e ativistas sociais e políticos vão promover um ato pela Terra e em defesa do meio ambiente em frente ao Congresso para protestar contra a aprovação de leis que flexibilizem agrotóxicos e contra a exploração em terras demarcadas.
No último ano, o Congresso tem acelerado a votação de pautas voltadas à flexibilização da legislação ambiental, com apoio direto do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e da bancada ruralista, uma das maiores do Congresso.
O evento, que deverá ocorrer na quarta-feira (9), contará com a presença dos cantores Caetano Veloso, Nando Reis, Seu Jorge, Maria Gadú e Bela Gil. Também estarão presentes organizações não governamentais ligadas ao meio ambiente. No ato, Caetano pretende se encontrar com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
*Com informações do Estadão Conteúdo
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