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Presidência gastou R$ 2,79 milhões com cartão corporativo em dois meses

8.mar.2022 - O presidente Jair Bolsonaro participa no Palácio do Planalto da Cerimônia da Comemoração do Dia Internacional da Mulher - Antonio Molina/Fotoarena/Estadão Conteúdo
8.mar.2022 - O presidente Jair Bolsonaro participa no Palácio do Planalto da Cerimônia da Comemoração do Dia Internacional da Mulher Imagem: Antonio Molina/Fotoarena/Estadão Conteúdo

Anna Satie

Do UOL, em São Paulo

10/03/2022 16h50

A Presidência da República gastou quase R$ 2,8 milhões nos cartões corporativos somente entre janeiro e fevereiro, de acordo com dados do Portal da Transparência compilados pelo deputado Elias Vaz (PSB-GO).

Do total de R$ 2.798.293,23 dos dois primeiros meses do ano, R$ 1,8 milhão foram de gastos diretos do presidente Jair Bolsonaro (PL). Outros R$ 696,6 mil foram da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), e R$ 216,9 mil do GSI (Gabinete de Segurança Institucional).

Em fevereiro, o TCU (Tribunal de Contas da União) abriu uma investigação para apurar os gastos da Presidência com o cartão corportativo. O deputado Vaz apresentou uma petição ao relator do caso, o ministro Antonio Anastasia, pedindo agilidade no processo e acesso aos resultados.

"O presidente torra milhões e coloca tudo em sigilo. A sociedade tem o direito de saber como está sendo gasto o dinheiro público", afirmou o parlamentar.

A CTFC (Comissão de Transparência, Fiscalização e Controle) do Senado também aprovou, há cerca de duas semanas, um requerimento para que a Secretaria-Geral da Presidência da República forneça informações detalhadas sobre as compras feitas entre 2019 e 2021.

No início de fevereiro, Bolsonaro minimizou as críticas que vinha sofrendo e disse a apoiadores: "Meu gasto é grande, sim".

Até dezembro de 2021, o governo de Bolsonaro utilizou R$ 29,6 milhões de verba pública por meio dos cartões corporativos, como mostrou reportagem publicada pelo jornal O Globo.

O governo Bolsonaro teve início em 1º de janeiro de 2019, com a posse do presidente Jair Bolsonaro (então no PSL) e de seu vice-presidente, o general Hamilton Mourão (PRTB). Ao longo de seu mandato, Bolsonaro saiu do PSL e ficou sem partido até filiar ao PL para disputar a eleição de 2022, quando foi derrotado em sua tentativa de reeleição.