Carlos Bolsonaro diz que foi para a Rússia após convite de aliado de Putin
O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) informou que no mês passado foi para a Rússia, junto com a comitiva presidencial que acompanhou o presidente Jair Bolsonaro (PL), a convite de um membro do Parlamento da Rússia, aliado do presidente Vladimir Putin. A viagem aconteceu entre 14 e 17 de fevereiro.
O objetivo, segundo documento apresentado à Câmara Municipal do Rio de Janeiro, era "realizar encontros na Duma Estatal da Assembleia Federal da Federação Russa". Datado de 8 de fevereiro, o convite é assinado por Leonid Slutsky, presidente do Comitê de Assuntos Internacionais da Duma russa.
No último dia 4 de março, o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), deu cinco dias para a Presidência da República explicar as condições da participação do vereador na viagem. Além disso, determinou que a Câmara informasse se concedeu licença oficial ao vereador.
O pedido veio dias após a subprocuradora-geral da República, Lindora Araújo, afirmar que não identificou "plausibilidade jurídica" nem indícios de crime para recomendar abertura de investigação sobre a viagem do presidente ao país eurasiático. Questionado, Bolsonaro afirmou que Carlos cuida de suas redes sociais.
Sem contar gasto de Bolsonaro, viagem à Rússia custou R$ 1,2 milhão
A viagem do presidente Jair Bolsonaro (PL) à Rússia e à Hungria custou aos cofres públicos ao menos US$ 250 mil (ou cerca de R$ 1,2 milhão), segundo planilhas do Ministério das Relações Exteriores obtidas pelo UOL por meio da LAI (Lei de Acesso à Informação). A viagem contou com pelo menos 70 pessoas e foi realizada na semana anterior ao início da invasão da Rússia à Ucrânia.
Os dados não incluem despesas feitas pelo presidente e seu filho vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro (Republicanos), que o acompanhou. De acordo com um dos artigos da LAI, ficam em segredo as informações que podem "colocar em risco a segurança do presidente e vice-presidente da República e respectivos cônjuges e filhos" por cinco anos ou até o término do segundo mandato presidencial, em caso de reeleição.
"O montante de recursos destinados a pagamento de hospedagem, em ambas as cidades, não poderá ser divulgado", explicou a Divisão de Pagamentos do Ministério das Relações Exteriores à reportagem.
"Os expedientes de autorização dessas despesas foram classificados como reservados e se tornaram objeto de Termo de Classificação de Informação", continuaram os servidores do Itamaraty.
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