Justiça manda Twitter excluir post em que jornalista chama Moro de corrupto
A Justiça do Paraná determinou hoje que o Twitter apague uma publicação em que o jornalista e advogado norte-americano Glenn Greenwald chama o pré-candidato à Presidência da República Sergio Moro de "corrupto".
Na avaliação do juiz Austregésilo Trevisan, a publicação de Greenwald tem "aparente intenção de prejudicar publicamente a imagem" do ex-juiz da Operação Lava Jato e ex-ministro da Justiça e Segurança Pública.
Procurado pelo UOL, o Twitter Brasil afirmou que "não comenta casos em andamento".
Tweet recente
Na publicação contestada por Moro, Greenwald responde a um tweet em que o ex-juiz presta solidariedade à Ucrânia invadida pela Rússia.
"O corrupto juiz brasileiro que prendeu Lula em 2018 para impedi-lo de concorrer à [Presidência da República], depois foi trabalhar para [o presidente Jair] Bolsonaro como ministro da Justiça, agora está concorrendo à Presidência, acusando Bolsonaro e Lula de [serem] pró-Putin", escreveu o jornalista no fim de fevereiro.
Greenwald afirmou que a representação de Moro na Justiça do Paraná atenta contra a liberdade de imprensa.
"Um candidato à Presidência da República corre a um tribunal para exigir a censura das declarações de um jornalista. O fato de Moro ser um autoritário está estabelecido há muito tempo. Moro também é um covarde: ao invés me processar, e assim me permitir defender a declaração, ele preferiu apenas processar o Twitter", disse o norte-americano.
Não foi a 1ª vez
No fim do ano passado, o jornalista norte-americano radicado no Brasil havia dito que "ninguém fez mais" do que Moro "para erodir a democracia brasileira" na última década.
"Passei meses lendo como [Moro] pensa: é um autoritário completo que, ao contrário do Bolsonaro, teria a grande mídia brasileira aplaudindo tudo o que ele faz (de novo). Moro é um autoritário fanático e corrupto. Ele provou que está desesperado por poder e fará de tudo —inclusive violar a lei— para obtê-lo", disse o norte-americano.
Glenn coordenou 'Vaza Jato'
O jornalista Glenn Greenwald coordenou, no site Intercept Brasil, a série de reportagens conhecida como "Vaza Jato", que revelou troca de mensagens entre Moro e procuradores da Lava Jato.
Em fevereiro deste ano, o presidente do STJ (Superior Tribunal de Justiça), ministro Humberto Martins, decidiu arquivar inquérito que apurava se procuradores da operação comandada por Moro em Curitiba tentaram intimidar e investigar ilegalmente os ministros do tribunal.
Na avaliação de Martins, não ficou configurada a existência de condutas criminosas por parte dos procuradores.
Segundo as conversas, integrantes da força-tarefa em Curitiba discutiam pedir à Receita Federal uma análise patrimonial dos ministros que compõem as turmas criminais do STJ, sem autorização prévia do STF.
Após o arquivamento, o ex-juiz comemorou. "A grande verdade é que com todo o circo da Farsa Jato, eles nunca conseguiram demonstrar que um inocente sequer foi condenado na Lava Jato ou que alguém foi incriminado injustamente", disse o ex-ministro.
O inquérito foi instaurado por Martins em fevereiro do ano passado com base nos diálogos divulgados pelo Intercept.
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