Vereador bolsonarista chama Moro de Judas em visita a Sorocaba
O ex-juiz e presidenciável do Podemos, Sergio Moro, ouviu xingamentos de um pequeno grupo de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao visitar Sorocaba (SP) hoje. O momento foi registrado pelo vereador Vinicius Aith (PRTB) nas redes sociais.
Moro se tornou cidadão honorário de Sorocaba e, para receber a homenagem, precisou se dirigir à Câmara Municipal da cidade. Aith esperou pelo ex-juiz e exigiu respostas ao vê-lo chegando: "Pode explicar por que traiu o presidente Bolsonaro? Vai sair como Judas mesmo?", falou em referência bíblica.
O vereador e o pequeno grupo, então, acompanharam o presidenciável para dentro da Câmara. Aith seguiu gravando e pedindo explicações, como "por que não investigou Adélio [Bispo, autor da facada em Bolsonaro em 2018]?".
Ao chamar Moro novamente de Judas, um membro da comitiva dele retrucou dizendo que Bolsonaro é "antivacina". Aith rebateu falando que o presidenciável do Podemos compactua com Arthur do Val, com quem Moro publicamente rompeu após a divulgação de áudios de cunho machista do deputado.
O grupo de bolsonaristas, então, gritou "Bolsonaro" e chamou o ex-juiz de "traidor". De forma irônica, Aith afirmou estar dando uma "recepção calorosa" para Moro.
Por enquanto, o presidenciável não comentou o episódio.
MP e TCU pedem investigação de Moro por Lava Jato
O subprocurador-geral do Ministério Público junto ao TCU (Tribunal de Contas da União), Lucas Rocha Furtado, entrou com uma representação contra Sergio Moro.
A apuração contra o presidenciável investigará eventuais problemas econômicos e impactos financeiros negativos para o país decorrentes de julgamentos sentenciados por Moro que foram posteriormente anulados no âmbito da Operação Lava Jato.
Na representação, Furtado se baseia na perda de arrecadação tributária oriunda da Odebrecht e nos custos em equipamentos e salários, inclusive do próprio Sergio Moro, referentes às operações anuladas.
Furtado ainda afirma que os eventuais prejuízos decorrentes de investigações com sentenças anuladas estão sendo calculados pelo TCU para saber o montante de dinheiro público usado.
Farão parte do cálculo os pagamentos de remunerações do ex-juiz, de procuradores e de servidores públicos do MPF (Ministério Público Federal), horas de trabalho extraordinárias, diárias e passagens e os custos estendidos aos órgãos judiciais que tiveram que apreciar processos posteriormente nulos, desde a primeira instância até o Supremo Tribunal Federal.
Em nota, Sergio Moro exaltou a atuação da Operação Lava Jato e criticou o pedido do procurador do TCU.
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