Pacheco rebate falas de Lula sobre Congresso: 'Ofensivas e sem fundamento'
O presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), rebateu hoje as declarações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que, em evento com o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) realizado ontem, classificou a atual composição do Legislativo federal como a "pior que tivemos na história" do país.
"De discursos oportunistas em período eleitoral o Brasil está cansado. Convido a todos a um mínimo de união, respeito, responsabilidade e, também, disposição para o trabalho", afirmou o senador.
Em discurso, o ex-presidente da República questionou o estabelecimento de uma comissão para discutir o semipresidencialismo, defendida pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
"O Congresso Nacional brasileiro nunca esteve tão deformado, antipovo e submisso aos interesses antinacionais como agora", declarou o petista, que afirmou haver um excesso de poder nas mãos de Lira.
O UOL entrou em contato com Arthur Lira, que não havia se manifestado sobre as declarações de Lula até a último atualização desta reportagem.
Evento com MST e críticas a Moro
Ao participar de visita a um assentamento do MST, no Paraná, o ex-presidente também atacou o pré-candidato à Presidência da República pelo Podemos, Sergio Moro.
"Esse juiz, que eu não vou citar o nome dele, que inventou uma mentira junto com os procuradores para me condenar, é um juiz cego, mentiroso, arrogante e que não merece o diploma que tem", disse sobre o ex-ministro da Justiça e ex-juiz da Operação Lava Jato.
Hoje, Moro reagiu: "Lula sinaliza apoio à retomada das invasões de terra e aproveita a oportunidade para me ofender, omitindo o roubo à Petrobras. Defenderei não só a propriedade privada, mas também a pública contra os assaltos do PT e seus parceiros", afirmou o ex-juiz.
Leia a íntegra do que disse Pacheco sobre Lula
"Uma declaração deformada, ofensiva e sem fundamento, fruto do início da disputa eleitoral que faz com que seja "interessante" falar mal do Parlamento.
Este Congresso Nacional, que é a síntese dos defeitos e das qualidades de um Brasil construído por sucessivos governos, entregou reformas que estavam engavetadas há anos.
Entre elas a da Previdência, o Marco do Saneamento, a autonomia do Banco Central, a nova Lei Cambial, a nova Lei de Falências, a nova Lei de Geração Distribuída, a Lei do Gás, a capitalização da Eletrobras e outros marcos do sistema elétrico, além da Lei das Ferrovias, da Lei da Cabotagem (BR do Mar) e a reforma da Lei de Segurança Nacional.
O mesmo Congresso que, sendo o primeiro do mundo a funcionar pelo sistema remoto na pandemia da Covid-19, aprovou o auxílio emergencial, o Pronampe para pequenas e microempresas, deu solução ao impasse dos precatórios e defendeu com leis (e não só discurso), a vacina ao povo brasileiro.
O mesmo Congresso também se posicionou fortemente em defesa da democracia quando arroubos antidemocráticos assombraram a Nação. E foi esse mesmo Congresso que validou as urnas eletrônicas ao rejeitar a ideia do voto impresso.
Nunca o Senado esteve tão engajado na pauta antirracismo, isso dito pelo Senador Paulo Paim, do PT, referência nessa área. Da mesma forma, esse mesmo Senado nunca esteve tão focado na pauta de defesa das mulheres, com produção histórica e reconhecimento público nesse sentido. A presidência desse mesmo Senado também nunca esteve tão disposta a receber representantes de segmentos dos mais diversos, como a Central Única dos Trabalhadores (CUT), membros de sindicatos dos mais variados setores, ambientalistas, artistas e atletas.
E este mesmo Congresso, numa semana em que os personagens das eleições estarão ocupados com "crise" de plataforma de rede social, estará focado em votar a Reforma Tributária que corrige injustiças sociais, históricas e marcantes.
Embora respeite e valorize críticas, é importante que elas sejam verdadeiras e com bons propósitos, uma vez que de discursos oportunistas em período eleitoral o Brasil está cansado. Convido a todos a um mínimo de união, respeito, responsabilidade e, também, disposição para o trabalho".
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