Randolfe Rodrigues diz que possível saída de Milton Ribeiro do MEC 'é fuga'
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) afirmou que a possível licença do ministro Milton Ribeiro do MEC (Ministério da Educação), em meio ao escândalo sobre supostos pedidos de propina para liberação de verbas aos municípios, é, na verdade, uma "fuga".
Em postagem nas redes sociais, Rodrigues acusa Ribeiro de fugir de suas responsabilidades, mas afirma que, mesmo licenciado, o ministro deverá comparecer à Comissão de Educação do Senado para prestar esclarecimentos na próxima quinta-feira (31).
"Uma licença que é, na verdade, uma fuga! Mas que fique claro: na quinta-feira (31) estaremos aguardando o ministro no Senado. Nosso país não é quintal de corrupto que acha que pode desviar dinheiro e ir embora. Queremos que seja responsabilizado", escreveu Randolfe Rodrigues no Twitter.
A decisão de um possível afastamento de Milton Ribeiro de suas atribuições no MEC vem diretamente do presidente Jair Bolsonaro (PL). Em seu lugar, deve assumir a pasta o atual secretário-executivo do MEC, Victor Godoy Veiga, que se encontrará na tarde de hoje com o chefe do Executivo Federal.
Ribeiro se tornou a peça central de um escândalo em que, a pedido de Bolsonaro, o governo federal deu prioridade a dois pastores sem cargos oficiais na liberação de recursos financeiros da Educação. Os pastores evangélicos são Gilmar Silva dos Santos e Arilton Moura Correia. O caso foi gravado em um áudio divulgado pelo jornal Folha de S.Paulo.
Desde então, pelo menos dez prefeitos admitiram que os dois religiosos serviam como uma espécie de ponte para ter acesso a Milton e, em troca, eles pediam propina, a exemplo de 1 kg de ouro que, na cotação atual, equivale ao valor aproximado de R$ 304 mil.
O caso está sendo investigado pela PF (Polícia Federal). A ministra do STF (Supremo Tribunal Federal), Carmen Lúcia, também autorizou a abertura de uma apuração para averiguar as denúncias.
Com a repercussão, Milton Ribeiro emitiu uma nota em que admitiu ter se encontrado com Gilmar e Arilton, mas isentou Jair Bolsonaro de qualquer responsabilidade.
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