Topo

Juliana Dal Piva

REPORTAGEM

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

Secretário-executivo deve assumir MEC no lugar de Milton Ribeiro

Victor Godoy Veiga, atualmente secretário-executivo do MEC - Divulgação
Victor Godoy Veiga, atualmente secretário-executivo do MEC Imagem: Divulgação

Colunista do UOL

28/03/2022 13h03Atualizada em 28/03/2022 16h47

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

O ministro da Educação, Milton Ribeiro, pediu demissão nesta segunda-feira (28) após o escândalo em torno das acusações de pedidos de propina para liberação de verbas no MEC. O presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) estava cogitando licenciar o ministro até o início da tarde, mas, depois, avaliou-se que a demissão era necessária.

Com a licença, quem assumirá o cargo é Victor Godoy Veiga, secretário-executivo da pasta atualmente. No começo da tarde, uma reunião no Palácio do Planalto selou as mudanças. Veiga vai encontrar Bolsonaro no Palácio do Planalto em uma reunião ainda nesta segunda-feira.

A coluna apurou que o presidente tentava licenciar o ministro porque não gostaria de entregar o MEC aos nomes indicados pelos partidos do centrão que querem substituir Ribeiro.

Encontro com pastores sobre verbas desgastou Ribeiro

Reportagem publicada pela Folha de S.Paulo, no dia 21, traz áudio mostrando que o governo federal prioriza a liberação de recursos a prefeituras indicadas por dois pastores que não têm cargos oficiais no MEC: Gilmar Silva dos Santos e Arilton Moura Correia. Na gravação obtida pelo jornal, Ribeiro diz que isso atenderia a uma solicitação do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Pelo menos dez prefeitos relataram que os líderes religiosos vendiam acesso ao ministro e pediam propina em troca da liberação de verbas do MEC.

ribeiro - Luís Fortes/Ministério da Educação - Luís Fortes/Ministério da Educação
Milton Ribeiro, envolvido em escândalo sobre repasses do MEC
Imagem: Luís Fortes/Ministério da Educação

Em nota oficial, Ribeiro admitiu que se encontrou com os pastores citados nas reportagens, mas isentou Bolsonaro de qualquer tipo de pedir qualquer tipo favorecimento.

O pastor Gilmar Santos afirmou serem falsas as notícias sobre sua participação como intermediador na liberação de verbas do MEC para prefeituras. Arilton Moura não se manifestou.

Na quinta-feira passada (24), Bolsonaro disse que colocava a "cara no fogo" pelo ministro.

A Polícia Federal abriu inquérito para investigar o caso. A pedido da Procuradoria-Geral da República, o Supremo Tribunal Federal autorizou a abertura de apuração. Na próxima quinta-feira (31), a Comissão de Educação do Senado convidou o ministro para prestar depoimento.

Em outro escândalo, o jornal O Estado de S. Paulo apontou que foram distribuídas Bíblias com a foto de Ribeiro e dos mesmos pastores em evento do MEC no Pará. Ele negou ter dado autorização para isso.