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Jornal: Procuradoria apontou 'rachadinha' de Bolsonaro com Wal do Açaí

4.jul.2020 -  Wal do Açaí com Jair Bolsonaro - Facebook Wal do Açaí
4.jul.2020 - Wal do Açaí com Jair Bolsonaro Imagem: Facebook Wal do Açaí

Do UOL, em São Paulo

29/03/2022 20h42Atualizada em 29/03/2022 21h03

A Procuradoria da República no Distrito Federal concluiu, após quatro anos, o inquérito do caso de Walderice Santos da Conceição, a Wal do Açaí, acusada de ter sido contratada como funcionária fantasma no gabinete de Jair Bolsonaro (PL), na época em que ele ainda era deputado.

Hoje, o jornal O Estado de S. Paulo divulgou as mais de mil páginas do inquérito, no qual os procuradores afirmam terem provas de que Wal seria funcionária fantasma.

As "movimentações atípicas" de dinheiro levantaram suspeitas, que "guardam características típicas do que se denomina de 'esquema da rachadinha'", no qual os parlamentares tendem a contratar "familiares, amigos próximos ou pessoas de sua confiança" para que estes repassem a maior parte de seus salários para o político.

Walderice nunca exerceu, de fato, nenhuma atividade relacionada ao cargo de Secretário Parlamentar, embora a remuneração correspondente tenha sido paga regularmente durante todo esse período, o que implicou não só em enriquecimento ilícito dos requeridos, como inegável prejuízo aos cofres públicos

A possibilidade do esquema de rachadinhas também é investigada nos gabinetes de pelo menos dois filhos de Bolsonaro, o senador Flávio (PL) e o vereador Carlos (Republicanos).

Tanto Bolsonaro quanto Wal podem sofrer ação de improbidade administrativa. O MPF (Ministério Público Federal) ordenou que a ex-funcionária devolva R$ 280 mil, equivalente aos salários que teria recebido de 2003 a 2018 sem trabalhar.

Segundo Bolsonaro, Wal nunca foi a Brasília

Em sua transmissão semanal mais recente, Bolsonaro "confessou" que a ex-funcionária nunca foi a Brasília: "Pelo que tenho conhecimento, ela nunca esteve em Brasília. A Wal mora no distrito de Angra dos Reis".

O chefe do Executivo falou que "em média" os parlamentares distribuem "metade aqui [em Brasília] e metade fica no estado. Este pessoal que está no estado não vem à Brasília. Ele toma posse por procuração".

Eu fiz isso a vida toda. E a Wal ganhava o equivalente, sem correção monetária, a R$ 1.500 por mês, já somado o auxílio alimentação, que deve estar na casa de uns R$ 1 mil. Então, ela ganhava um pouco mais de um salário mínimo e ficava na Vila Histórica de Mambucaba
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