Youtuber, ex-PM e ex-MBL: quem é o vereador investigado Gabriel Monteiro
O vereador carioca Gabriel Monteiro (PL) foi alvo nesta quinta-feira (7) de uma operação de busca e apreensão da Polícia Civil do Rio de Janeiro, que apura o vazamento, no início do ano, de um vídeo dele aparece fazendo sexo com uma jovem de 15 anos. Monteiro, de 27 anos, e a garota dizem que a relação foi consensual. Ele alega ainda que ela afirmou ter 18 anos.
O vereador, no entanto, coleciona uma série de outros episódios polêmicos.
Policial youtuber
Monteiro começou a ganhar notoriedade quando ainda era policial militar no Rio. Ele ingressou na carreira em 2015 e, depois de alguns anos, passou a postar vídeos no YouTube sobre a rotina como PM. Numa live sobre o trabalho da polícia nas comunidades, foi abordado por um jovem ativista, que perguntou sobre as mortes de inocentes durante as operações contra o tráfico de drogas.
Sua reação foi dar um soco no rapaz e fugir do local. Ele alegou "legítima defesa", mas o episódio teve grande repercussão, especialmente porque foi logo depois do velório da menina Ágatha Vitória Sales Félix, de 8 anos, no entorno do cemitério de Inhaúma, zona norte do Rio de Janeiro.
Em março de 2020, em outro caso polêmico, o PM tentou filmar escondido uma conversa com o comandante-geral da Polícia Militar, Ibis Silva Pereira, para usar as imagens no canal que havia criado no YouTube. Ele pretendia acusar o comandante de envolvimento com o Comando Vermelho, no Complexo da Maré, no Rio. Na época, Gabriel foi processado e teve o porte de arma suspenso. Ibis afirmou que o policial queria "projeção pessoal" e fazia acusações sem provas.
Cinco meses depois, Gabriel foi expulso da corporação acusado de deserção após ficar oito dias sem aparecer para trabalhar. Foi reintegrado ao justificar o afastamento com um atestado e logo em seguida deixou a polícia para se dedicar à carreira política.
Político youtuber
Cristão e filho de um pastor evangélico, Monteiro ganhou ainda mais fama ao postar vídeos no YouTube com críticas à política nacional, ao STF e aos "esquerdistas". Ele era membro do MBL (Movimento Brasil Livre), mas, em novembro de 2019, decidiu sair do grupo quando, segundo Monteiro, passaram se posicionar contra o presidente Jair Bolsonaro, com quem diz ter afinidade.
Aproveitando a fama que tinha como ex-PM e os milhões de seguidores que acumulou nas redes sociais, Gabriel fez campanha e tornou-se um dos vereadores mais votados da história do Rio de Janeiro. Se elegeu com mais de 60 mil votos pelo PSD (Partido Social Democrático).
Em um vídeo da campanha, aparecia usando colete à prova de balas e escoltado por homens fortemente armados, que usavam distintivos policiais. Na época, o Ministério Público iniciou uma investigação. Gabriel alegou que precisava de segurança porque era ameaçado. A Corregedoria da Polícia Militar abriu inquérito para investigar a participação dos servidores públicos no vídeo.
Fiscal youtuber
Após eleito, Gabriel passou a usar o cargo como justificativa para fiscalizações dentro de órgãos públicos, mesmo sem autorização oficial. Em um dos casos, em novembro do ano passado, o vereador invadiu a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de Magalhães Bastos, na zona oeste do Rio, cercado de seguranças armados.
A alegação do parlamentar, assim como em outros casos, é a mesma: de que ele não precisa de autorização porque estaria fiscalizando o poder público. Por outro lado, o Ministério Público investiga se o vereador cometeu abuso de autoridade.
Mais uma vez fez questão de gravar toda a ação para colocar na internet. Ele possui mais de 23 milhões de seguidores, somando TikTok, Instagram e outras redes sociais, em especial YouTube e Facebook.
Assédio sexual
Em fevereiro deste ano, Gabriel foi acusado de assédio sexual e moral por cinco pessoas. Em uma reportagem da TV Globo, servidores, ex-funcionárias e uma mulher chegaram a afirmar que tiveram relações sexuais com o parlamentar. Uma das vítimas diz que foi estuprada. Pouco tempo depois, o vídeo que mostra o parlamentar fazendo sexo com uma menina de 15 anos foi vazado.
Gabriel diz que dois ex-assessores disseminaram as imagens nas redes. O caso é investigado pelo Ministério Público.
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