Alckmin acusa Doria de comprar prefeitos e critica sua política tributária
Geraldo Alckmin (PSB), ex-governador de São Paulo, acusou o também ex-governador paulista João Doria (PSDB), de comprar prefeitos e criticou sua política tributária. Alckmin deu as declarações neste sábado (9) durante uma reunião do seu partido sobre o programa de governo de Márcio França (PSB).
É inaceitável você comprar prefeito. É inacreditável. Eu fui prefeito do MDB [Movimento Democrático Brasileiro], no auge da ditadura, e não chegava a esse ponto. Você pôr a faca no peito: 'se você não mudar de partido, você não recebe dinheiro público'. Dinheiro do povo, pago com sacrifício, de impostos. Não é possível isso. É preciso mudar. E a gente precisa falar à consciência das pessoas.
Geraldo Alckmin sobre João Doria durante reunião do PSB
Ele manifestou ainda seu apoio a Márcio França: "Então, realmente, uma palavra, Márcio: conte comigo. Conte comigo".
Política de impostos
No mesmo evento, Alckmin afirmou que Doria fez duas escolhas erradas em relação aos impostos. A primeira estaria ligada ao principal alvo dos tributos.
Tributou o trabalhador. Tributou o consumo. Aumentou o imposto de comida em plena pandemia. Aumentou o imposto de remédio, de cadeira de roda, de insumos de saúde, de combustível. Óleo diesel, que afeta toda carestia, a inflação.
"Abaixou o imposto do querosene do avião, do jatinho, do transporte de elite. De 25% para 12%. Mas aumentou do óleo diesel, que pega o transporte de tudo", resumiu Alckmin.
Para ele, o segundo erro da política tributária de Doria teria sido a forma como o dinheiro obtido pelos impostos foi aplicado.
"E como aplicou o dinheiro? Fisiologismo, política do século XIX", disse Alckmin, dando início às acusações sobre a suposta compra de prefeitos por parte de Doria.
PSDB sobre declarações: 'Alckmin aprendeu rapidamente com o PT'
Em nota, o Diretório Estadual do PSDB em São Paulo respondeu às declarações de Geraldo Alckmin.
"Não há compra de prefeitos, até porque não estão à venda. Estavam, isso sim, carentes de políticas públicas concretas e de investimentos em suas cidades", afirma o texto.
A nota informa ainda que o estado cresceu 7,5% entre 2019 e 2021, numa referência às críticas de Alckmin à política tributária de Doria.
"Geraldo Alckmin aprendeu rapidamente com o PT. Atacar e desrespeitar prefeitos somente porque não concordaram com sua mudança é absurdo. A frustração por não ter sido acompanhado por nenhum prefeito é o que alimenta a sua fala", disseram os representantes do partido no texto.
Alckmin sobre Lula: "civilizatório"
Indicado pelo PSB para ocupar a vaga de vice na chapa liderada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Palácio do Planalto nesta sexta-feira, Alckmin também falou sobre seu parceiro nas eleições de 2022:
"Os Estados Unidos tributam consumo, renda. Rico paga imposto. O que que o Lula fala? Vou pôr o rico no imposto de renda e o pobre no orçamento. Isso é civilizatório", disse.
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