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Homem que matou 'Hipster da Federal' agiu em legítima defesa, diz inquérito

Do UOL, em São Paulo

13/04/2022 12h11Atualizada em 13/04/2022 13h25

A Polícia Civil de Goiás concluiu que o homem de 29 anos que atirou contra o policial federal Lucas Valença, 36, agiu em legítima defesa. Valença, que ficou conhecido como "Hipster da Federal" ao escoltar o ex-deputado Eduardo Cunha (MDB), morreu na noite do dia 2 de março após invadir uma casa em Buritinópolis.

O inquérito policial sobre o caso foi concluído ontem e indiciou o morador da residência pelo crime de porte ilegal de arma de fogo.

Na época da ocorrência, ele chegou a ser preso em flagrante pelo porte da arma. No entanto, pagou fiança e responderá pelo crime em liberdade.

O laudo pericial ainda constatou que Valença tinha presença de THC no corpo, uma substância psicoactiva presente na cannabis. Segundo relatos de amigos e familiares à polícia, ele estava em tratamento psicológico e usava remédios controlados.

O caso ocorreu no dia 2 de março, por volta das 23h. O morador de uma casa no Povoado Santa Rita, na zona rural de Buritinópolis, relatou que estava com a mulher e a filha de 3 anos quando ouviu barulhos de alguém andando em volta da propriedade. Na ocasião, ele ainda relatou ter escutado diversos xingamentos e, em seguida, teve o quadro de energia desligado e, na sequência, a casa invadida.

O morador havia pedido para o homem ir embora. No entanto, assustado, efetuou um disparo com uma espingarda calibre 22 em direção a Lucas Valença, não sabendo que o atingiu. Ao religar a energia elétrica da residência, constatou que tinha atingido a vítima no peito. A Polícia Militar foi acionada, assim como o socorro médico, mas Valença faleceu no local.

Dias após o crime, a advogada da família de Valença, Sindd Lopes, afirmou que ele estava em tratamento após ser diagnosticado com depressão profunda no início da pandemia de covid-19, em 2020. Além disso, havia suspeita de que Valença sofresse de bipolaridade, mas o diagnóstico ainda não havia sido confirmado por seu terapeuta.

À época da morte, a família de Valença esclareceu que não pretendia seguir com um processo por assassinato contra o vizinho que disparou contra o policial, por também considerar que ele agiu em legítima defesa, diante do surto e da invasão do ex-policial.