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Ex-assessor de Gabriel Monteiro alega ameaça após denunciar vereador

O vereador do Rio Gabriel Monteiro - Renan Olaz/CMRJ
O vereador do Rio Gabriel Monteiro Imagem: Renan Olaz/CMRJ

Do UOL, em São Paulo

19/04/2022 15h25

Envolvido na denúncia de diversos casos do vereador e ex-policial Gabriel Monteiro (PL), o ex-assessor Vinícius Hayden Witeze relatou à polícia, na noite de ontem, estar sofrendo com ameaças por meio de mensagens nas redes sociais.

O profissional, que fazia parte da linha de produção dos vídeos de Monteiro, fez o registro na 42ª Delegacia de Polícia (Recreio dos Bandeirantes), no Rio de Janeiro.

De acordo com seu relato, o vereador do PL teria divulgado, no dia 10 de abril, os dados pessoais, como redes sociais, telefone e nome completo, de seu antigo funcionário. As supostas mensagens privadas com diversas ameaças chegam no perfil de Witeze no Instagram, um dos que teriam sido compartilhados por Monteiro.

O ex-assessor trabalhou por mais de um ano com o político fluminense, na posição de cinegrafista, auxiliando na produção dos vídeos de Gabriel Monteiro, que tem se tornado parte importante no processo do caso do vereador. Segundo Witeze, Monteiro mandava os funcionários investigarem diversas pessoas, inclusive alguns políticos e policiais de alta patente.

A redação do UOL entrou em contato, por e-mail, com a Polícia Civil do Rio de Janeiro. Atualizaremos a matéria caso haja manifestação sobre o registro de Vinícius Witeze.

O UOL também entrou em contato com Gabriel Monteiro, mas não obteve retorno até a publicação da reportagem.

Gabriel Monteiro gastou R$ 871 mil com assessores e pode ter manipulado vídeos

Em depoimentos à polícia, vários funcionários do vereador do PL denunciaram que Monteiro manipulava o que acontecia em seus vídeos, de maneira a conseguir mais monetização e agradar seu público.

Além disso, ex-assessores e assessores também relataram que o político mantinha relações sexuais com meninas menores de idade, acusação pela qual Gabriel Monteiro está sendo investigado.

Witeze, por exemplo, denunciou que o vereador fazia "festas, tipo orgias", em sua casa, em que a maioria das convidadas era menor de idade - assunto sobre o qual o político fazia piada, de acordo com o relato.

De acordo com investigação do UOL, os assessores responsáveis por esses vídeos receberam R$ 871 mil em salário desde o início do mandato de Gabriel Monteiro, em janeiro de 2021. Pagos pela Câmara Municipal, os profissionais trabalhavam na casa de Monteiro e, entre as suas responsabilidades, estava "arrumar podres" contra desafetos do vereador.