MPF investiga Arthur do Val por fabricação de coquetel molotov na Ucrânia
O MPF abriu dois inquéritos para investigar o deputado estadual Arthur do Val (União Brasil-SP) pela fabricação de coquetéis molotov na Ucrânia, em meio à guerra contra a Rússia. Em março, o parlamentar divulgou que estava na Ucrânia preparando coquetéis molotov para o exército do país. Em foto publicada nas redes sociais, ele apareceu sentado ao lado de dezenas de garrafas.
Um processo de cassação do mandato contra Do Val foi aberto na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) após o vazamento de áudios do deputado com comentários sexistas sobre as ucranianas. Nas gravações, ocorridas na mesma viagem que ele ajudou a fazer os coquetéis, o parlamentar afirmou que as mulheres ucranianas "são fáceis porque são pobres". Por unanimidade, o Conselho de Ética já aprovou o pedido para a cassação.
A ação do MPF ocorre após a representação do deputado estadual Emidio de Souza (PT-SP), enviada em 14 de março à Procuradoria-Geral da República da 3ª Região. A representação obtida pelo UOL solicitou "informações acerca do posicionamento e eventuais procedimentos adotados pelo MPF como forma de enfrentamento e reação ao fato do deputado" ter contribuído para a fabricação dos coquetéis.
O texto apontou as violações de tratados internacionais, assinados pelo Brasil, que proíbem ou restringem o uso e a fabricação de armas do mesmo tipo das produzidas pelo parlamentar no território ucraniano.
Em 31 de março, a procuradora-chefe do MPF de São Paulo, Rosane Cima Campiotto, respondeu ao parlamentar informando a abertura de dois procedimentos contra Do Val e o devido encaminhamento dos inquéritos aos procuradores responsáveis.
Deputado estadual comemora investigação
O deputado Emidio de Souza comemorou no Twitter a investigação do MPF contra o colega de Casa após a sua representação. Souza comentou ainda que a fabricação de coquetéis molotov "constitui uma grave violação a tratados internacionais dos quais o Brasil é signatário".
"Num momento em que o mundo clama por paz, um cidadão brasileiro, que para nossa tristeza ainda é deputado, atravessa o mundo alegando missão humanitária e vai fabricar armas incendiárias e desrespeitar as mulheres. Isso é absurdo e não vai ficar impune", finalizou Souza na rede social.
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