Grupo ligado a Lula e deputados do PT processam Moro por danos na Lava Jato
Os deputados Rui Falcão (PT-SP), José Guimarães (PT-CE), Natália Bonavides (PT-RN) e Paulo Pimenta (PT-RS), protocolaram hoje na Justiça do Distrito Federal um pedido de ressarcimento aos cofres públicos contra o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro (União Brasil) em razão de sua atuação na Operação Lava Jato.
Na ação coordenada pelo Prerrogativas, coletivo de advogados que apoiam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o grupo afirma que condutas de Moro na operação, que teve como alvo diversos integrantes do PT, provocaram impactos na economia do país e em sua estabilidade democrática e institucional.
"Ao conduzir a famigerada Operação Lava Jato, Moro utilizou-se de sua posição de magistrado para perseguir seus desafetos políticos e abusar da autoridade que gozava para impulsionar um verdadeiro projeto pessoal, trazendo prejuízos de toda sorte ao país. O conflito de interesses foi a marca de sua atuação pública ao longo dos últimos anos", afirma o grupo na representação.
Segundo o grupo, o ex-juiz e ex-ministro no governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) obteve vantagens econômicas e políticas por causa da Lava Jato.
O UOL mostrou, em janeiro deste ano, que a Alvarez & Marsal, empresa que contratou Moro depois de o ex-juiz deixar o Ministério da Justiça em 2020, recebeu ao menos R$ 65,1 milhões de companhias envolvidas na operação liderada por Moro, enquanto ele era juiz federal em Curitiba (PR). Esse valor é 78% de todo o faturamento por administração judicial que a companhia alega ter tido de 2013 até o ano passado.
Moro rechaça representação
Em nota ao UOL, o ex-juiz Sergio Moro reiterou críticas já feitas aos governos dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff e afirmou que o Grupo Prerrogativas persegue integrantes da Operação Lava Jato. Leia a íntegra do posicionamento:
"O Governo do PT foi manchado pelos maiores escândalos de corrupção da história. A gestão desastrosa do PT quase quebrou a Petrobras e o País. O que prejudicou a economia e eliminou empregos foi a corrupção e não o combate a ela. Com esta ação popular, líderes do PT demonstram que não aprenderam nada, que estão dispostos a inverter os valores da sociedade e que querem perseguir quem combateu a corrupção em seu Governo. É um prenúncio da perseguição que irão realizar caso ganhem as eleições, instaurando um regime autoritário e corrupto".
Mais tarde, Sergio Moro postou em sua conta no Twitter um vídeo em que ironiza o PT: "Partido político ou grupo de comediantes?"
Advogados comemoram relatório da ONU; Moro minimiza
O co-coordenador do Grupo Prerrogativas, o advogado Marco Aurélio de Carvalho, destacou que a ação foi protocolada numa data considerada significativa por ele: o Comitê de Direitos Humanos da ONU (Organizações das Nações Unidas) concluiu hoje que o Sergio Moro foi parcial em seus julgamentos contra Lula nos processos envolvendo a Operação Lava Jato.
"Além disso, o Comitê concluiu que o petista teve seus direitos políticos violados nas eleições de 2018. A pretexto de combater a corrupção Moro corrompeu nosso sistema de justiça e deixou no país um rastro luminoso de destruição e de miséria? Com milhares de desempregos e prejuízos incalculáveis. Deve, portanto, responder pelos crimes que cometeu à frente da Lava Jato", afirmou ao UOL.
Em nota, Moro afirmou que deverá se pronunciar sobre o relatório de comitê interno da ONU quando tiver acesso ao conteúdo.
"O ex-presidente Lula foi condenado por corrupção em três instâncias do Judiciário e pelas mãos de nove magistrados. Sua prisão foi autorizada pelo STF em março de 2018. Foi uma ação institucional decorrente da corrupção descoberta na Petrobras. A empresa pertencente aos brasileiros já recuperou, aliás, 6 bilhões de reais por conta do trabalho da Lava Jato", afirmou.
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