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Deputado aciona TCU por valores na compra de Viagra pelas Forças Armadas

Viagra foi comprado pagando 550% mais caro pelas Forças Armadas, segundo deputado - iStock
Viagra foi comprado pagando 550% mais caro pelas Forças Armadas, segundo deputado Imagem: iStock

Do UOL, em São Paulo

03/05/2022 18h56

O deputado federal Elias Vaz (PSB-GO) acionou o TCU (Tribunal de Contas da União) por suposto superfaturamento na compra de Viagra pelas Forças Armadas. O parlamentar pediu a investigação da compra do governo federal de 11 milhões de comprimidos.

De acordo com Vaz, houve superfaturamento de até 550% na aquisição do produto. Na semana passada, o deputado solicitou a convocação pela Câmara do ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, para explicar a autorização de compra de 11 milhões de comprimidos do medicamento.

"O prejuízo à União pode passar de R$ 28 milhões. É dinheiro público indo para o ralo da corrupção enquanto o povo brasileiro recolhe alimentos no lixo e come sopa de osso. Essa situação precisa ser investigada", disse a nota da assessoria do deputado.

Segundo o levantamento do parlamentar, nos empenhos autorizados pelo governo federal, cada comprimido custa entre R$ 2,91 e R$ 3,14, "valores muito acima dos praticados pelo Ministério da Saúde". Isso porque, em um pregão anterior da pasta, o preço unitário teria sido de R$ 0,48 para os comprimidos de 25 e 50 miligramas.

"A diferença em relação aos preços de empenhos da Marinha é de 550%. O gasto total do medicamento comprado pela Marinha pode chegar a R$ 33.592.714,80. Se a aquisição dos 11.21.624 comprimidos tivesse sido realizada pelo Departamento de Logística do Ministério da Saúde, o Tesouro Nacional teria desembolsado R$ 5.382.059,52", explica.

O UOL entrou em contato com as Forças Armadas em busca de posicionamento. A matéria será atualizada em caso de manifestação.

Os dados foram coletados do Portal da Transparência e do Painel de Preços do Governo. Foram 10 empenhos do governo federal para aquisição de 11,2 milhões de comprimidos entre 2019 e 2022.

No dia 11 de abril, Elias Vaz já havia solicitado que o MPF (Ministério Público Federal) investigasse as compras de 60 próteses penianas, no valor de R$ 3,5 milhões, para unidades ligadas ao Exército e de 35 mil comprimidos de Viagra, com indícios de superfaturamento.