Deputada diz que jovens gritaram em apoio a Bolsonaro; professoras negam

A deputada federal Alê Silva (Republicanos-MG) publicou no Twitter que esteve em uma escola estadual de Vargem Alegre, em Minas Gerais, nesta semana, quando ouviu gritos de jovens em apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL). No entanto, duas professoras — que afirmam trabalhar na unidade de ensino — responderam na publicação que os gritos narrados pela parlamentar não aconteceram.

"Hoje estive numa escola estadual na cidade de Vargem Alegre. Jovens entre 16 e 17 anos não me conheciam. Quando souberam que sou deputada, começaram a gritar: Bolsonaro! Aqui somos Bolsonaro! Foi difícil conter a emoção. Daí eu gritei: Também sou Bolsonaro", publicou a parlamentar na segunda-feira (9).

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Em resposta, uma docente declarou que o episódio não aconteceu. "Desculpa deputada, mas eu trabalho lá e isso não aconteceu. Projeto é muito bacana, vale a pena o investimento. Os jovens precisam mesmo de incentivo. Conte sobre seu projeto, como foi recebido pela equipe escolar e alunos, mas não fale uma coisa que não aconteceu. Por favor", escreveu.

A deputada então questionou se a educadora estava no local durante o momento dos supostos gritos em apoio ao presidente. "Sim, e o projeto só está existindo porque eu coloquei 100 mil reais de minha emendas de forma específica em Vargem Alegre. Mas, de fato, a senhora não estava lá neste momento feliz de interação entre eu [sic] e os alunos".

Na tarde de hoje, a docente afirmou que foi bloqueada pela parlamentar no Twitter.

Uma outra professora, que também atua como diretora na Secretaria Municipal de Educação, segundo o site da prefeitura local, também negou que a situação narrada tenha acontecido.

Nós da Educação Municipal estamos chocados com esse pronunciamento. Em momento algum aconteceu. A digníssima deputada está nos colocando em uma situação embaraçosa nas redes sociais. Quem vê acha que usamos a escola para fazermos política partidária. Professora rebate declaração de parlamentar

Alê Silva também disparou contra a diretora que comentou na postagem. "A senhora não viu, porque eu também não a vi. Com certeza não se fazia presente no recinto quando ocorreu o fato. Afinal, foram mais de duas horas de evento. Em breve o vídeo interativo e institucional estará nas redes. Um abraço", comentou a parlamentar.

Após a resposta, a diretora rebateu Alê Silva e compartilhou o print de uma foto tirada com a parlamentar e outras pessoas, postada no Instagram oficial da deputada bolsonarista. "Olha a prova. Não me viu? Até tirou fotos. Que triste. Tá aí a prova que eu estava lá o tempo todo."

O UOL tenta contato com a deputada federal Alê Silva para comentar o caso. Caso ela retorne, a matéria será atualizada.