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Presidente do PT: Lira rebaixa Câmara ao papel de 'serviçal do Planalto'

A deputada federal Gleisi Hoffmann, presidente do PT -  Pedro Ladeira - 22.out.2018/Folhapress
A deputada federal Gleisi Hoffmann, presidente do PT Imagem: Pedro Ladeira - 22.out.2018/Folhapress

Do UOL, em São Paulo*

03/06/2022 22h26Atualizada em 03/06/2022 22h58

A deputada federal e presidente nacional do PT Gleisi Hoffmann (PR) afirmou que o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), rebaixa a Casa à "serviçal" e "puxadinho" do Planalto. A declaração da petista ocorreu após o chefe da Casa levar ao Conselho de Ética uma representação feita pelo PL, partido de Jair Bolsonaro, contra ela e o deputado Glauber Braga (Psol).

No Twitter, Gleisi apontou que Lira está "sentado há um ano e meio sobre mais de 150 pedidos de impeachment" contra ao aliado, mas rapidamente enviou a representação contra a oposição ao Conselho de Ética.

"Arthur Lira está sentado há um ano e meio sobre 150 pedidos de impeachment contra Bolsonaro, mas nem piscou para enviar ao Conselho de Ética processos descabidos contra a oposição. Lira rebaixa a Câmara a serviçal do Planalto", escreveu.

Compartilhando a postagem do Twitter no Instagram, Gleisi ainda escreveu que "com Lira, Presidência da Câmara se tornou puxadinho do Planalto".

Já o Psol entrou com representação no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara pedindo pela cassação de Lira e acusou o parlamentar de "quebra de decoro" durante bate-boca com o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ), na última terça-feira (31).

Mais críticas

A deputada ainda criticou Lira por afastar o deputado federal Márcio Macêdo (PT-SE) e determinar a volta do mandato do parlamentar Valdevan Noventa (PL-SE), que havia sido cassado em março por abuso de poder econômico. A medida tomada por Lira é consequência de decisão do ministro Kassio Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF). O ministro foi indicado à Corte pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).

Ontem, após suspender a cassação do deputado estadual Fernando Francischini (União Brasil-PR), o magistrado fez o mesmo com Valdevan. Nos dois casos, Nunes Marques contrariou parecer do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

A cassação de Valdevan havia sido determinada, em 17 de março, após uma investigação que apontou captação irregular de recursos na campanha de 2018. Conforme a apuração, sergipanos foram coagidos a forjar doações para o deputado.

Naquele intervalo da campanha eleitoral, foram enviadas dezenas de transferências no valor de R$ 1.050 para o então candidato. A partir disso, os órgãos fiscalizadores suspeitaram da movimentação e conseguiram atestar casos de fraude.

Na decisão judicial, o ministro do STF argumentou que Valdevan não teve a oportunidade de ter acesso ao recurso contra o julgamento — já que o acórdão ainda não foi publicado. Tanto o deputado federal quanto Francischini são apoiadores de Bolsonaro.

"Arthur Lira levou um mês para cumprir decisão judicial q garantiu mandato de Marcio Macedo do PT e nem 24 horas para devolver a cadeira ao bolsonarista condenado por abuso de poder econômico. Lira é presidente da Câmara ou despachante do Planalto? Que vergonha!", disse Gleisi.

*Com Estadão Conteúdo