Caso Genivaldo: ministro da Justiça cobra mesma reação à morte de policiais
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, afirmou nesta quarta-feira (15), na Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara, que a morte de Genivaldo de Jesus Santos, 38, asfixiado no porta-malas de uma viatura da PRF (Polícia Rodoviária Federal), no interior de Sergipe, foi um fato "grave", mas cobrou a mesma reação dos parlamentares à morte de policiais.
"A reação da comissão em relação a esse fato nós entendemos, respeitamos, não a toa estou aqui, mas a gente precisa medir as coisas, dar o mesmo valor a todas as vidas no Brasil. Na semana anterior, morreram dois policiais rodoviários federais e não vi a mesma reação aqui, não fui convocado aqui para poder falar sobre isso. E foi filmado da mesma forma", disse Torres.
"Cada um tem sua visão, [os policiais] foram assassinados, têm família. Eu só acho que a gente tem que reagir da mesma forma, ninguém está aqui para defender a morte, o assassinato e o homicídio", acrescentou. O ministro foi convocado no início deste mês pela comissão para prestar esclarecimentos sobre o caso do Genivaldo.
Mas na noite de terça (14), o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), anulou a convocação a pedido de parlamentares governistas, que alegaram descumprimento no regimento interno por parte da Mesa do colegiado, presidido pelo deputado Orlando Silva (PCdoB-SP). Com isso, a ida dele à Câmara deixou de ser obrigatória.
Antes do início dos questionamentos, o ministro afirmou que o episódio da "câmara de gás" não condiz com a realidade da PRF. Segundo Torres, "diante de todos os números, estamos diante de uma das melhores instituições policiais do mundo. O resultado do trabalho é impressionante, tem ajudado muito na redução dos crimes".
Também fala à comissão o diretor geral da PRF, Silvinei Vasques, para explicar as operações da polícia.
Câmara de gás improvisada
De acordo com vídeos e com informações do boletim de ocorrência, Genivaldo de Jesus Santos morreu no último 25 de maio, após ser submetido a uma "câmara de gás" improvisada, no porta-malas da viatura da corporação. Agentes usaram o que parecem ser bombas de gás lacrimogêneo para dominarem o homem.
A vítima foi colocada a força na parte de trás do carro policial, e os agentes seguraram a porta enquanto Genivaldo inalava o gás. Segundo laudo do IML (Instituto Médico Legal), a causa da morte foi "insuficiência aguda secundária a asfixia".
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