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'Se comprovada culpa, que seja responsabilizado', diz ministro da Educação

Do UOL, em São Paulo

22/06/2022 11h00Atualizada em 22/06/2022 12h33

Após prisão preventiva na manhã de hoje do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro durante operação da Polícia Federal, que apura suspeitas de corrupção e tráfico de influência na liberação de verbas do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação), o atual titular da pasta, Victor Godoy, reforçou a mensagem de que o governo não compactua com irregularidades e defendeu que caso seja comprovada a culpa de Ribeiro, ele deve ser responsabilizado.

Godoy era secretário-executivo do ministério quando Milton Ribeiro era o chefe da pasta, mas negou ter conhecimento de qualquer ato ilícito praticado pelo ex-ministro ou por qualquer outro servidor. "A gente sabe que essas coisas acontecem sempre de maneira velada, portanto nunca tive qualquer tipo de conhecimento ou desconfiança do ministro. A gente espera que se for comprovada a culpa, de quem quer que seja, que seja responsabilizado", disse em entrevista na porta do ministério.

Um pouco mais cedo, o Ministério da Educação divulgou uma nota e afirmou "que colabora com as autoridades e que não compactua com qualquer irregularidade."

Ribeiro deixou o cargo no final de março, uma semana após a divulgação, pela Folha de S. Paulo, de um áudio em que ele afirma que o governo federal priorizava prefeituras ligadas a dois pastores —que não têm vínculo formal com a gestão pública. Ribeiro nega as denúncias. Os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura são alvos da operação.

Em nota, o governo federal disse ter recebido uma equipe da Polícia Federal para dar continuidade às investigações.

No sentido de esclarecer todas as questões, o MEC reforça que continua contribuindo com os órgãos de controle para que os fatos sejam esclarecidos com a maior brevidade possível. O MEC ressalta que o governo federal não compactua com qualquer ato irregular e o continuará a colaborar com as investigações. Ministério da Educação, em comunicado

Um esquema para liberação de verba coordenado por dois pastores sem cargos públicos que envolveu até suspeita de propina em ouro está no centro das denúncias que culminaram na operação da Polícia Federal e na prisão de Ribeiro.

De acordo com as primeiras denúncias, publicadas inicialmente pelo jornal O Estado de S. Paulo, prefeitos relataram a existência de um balcão de negócios no MEC (Ministério da Educação) tocado pelos pastores Gilmar Santos —também preso na operação de hoje— e Arilton Moura.

No esquema, a liberação de verba pública ganhava prioridade se os gestores fossem indicados pelos religiosos e pelo Centrão, conjunto de partidos que apoiam o governo Bolsonaro e que administra o FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação).

Nota na íntegra

O Ministério da Educação esclarece que recebeu hoje (22) equipe da Polícia Federal para continuar colaborando com todas as instâncias de investigação que envolvem a gestão anterior da pasta.

No sentido de esclarecer todas as questões, o MEC reforça que continua contribuindo com os órgãos de controle para que os fatos sejam esclarecidos com a maior brevidade possível. O MEC ressalta que o Governo Federal não compactua com qualquer ato irregular e o continuará a colaborar com as investigações.