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Cotado para vice, Braga Netto dá lugar a punido por usar avião da FAB

Vicente Santini, novo assessor especial da Presidência da República - Rosinei Coutinhio/SCO/STF
Vicente Santini, novo assessor especial da Presidência da República Imagem: Rosinei Coutinhio/SCO/STF

Hanrrikson de Andrade

Do UOL, em Brasília

01/07/2022 14h22Atualizada em 01/07/2022 14h23

O Palácio do Planalto oficializou hoje a exoneração do general Walter de Souza Braga Netto (PL), que ocupava a função de assessor especial da Presidência e deve ser confirmado em breve como vice na chapa de Jair Bolsonaro (PL) à reeleição.

O militar dá lugar a Vicente Santini, ex-secretário nacional de Justiça e um dos homens de confiança do ex-ministro Onyx Lorenzoni (Trabalho e Previdência).

O servidor ficou conhecido nacionalmente depois de ter sido demitido por usar um avião da FAB (Força Aérea Brasileira), sem autorização, em viagem oficial à Índia e à Suiça, em janeiro de 2020. Na ocasião, ele era secretário-executivo da Casa Civil.

A edição de hoje do DOU (Diário Oficial da União) registra ainda outras substituições na estrutura do Planalto. Assessores de confiança de Bolsonaro e ligados ao chamado "gabinete do ódio", Mosart Aragão, Max Guilherme e Tércio Arnaud Tomaz também foram exonerados. Eles devem concorrer a mandatos eletivos em outubro.

A contento, as exonerações de hoje ocorrem em razão das regras eleitorais. De acordo com a legislação, servidores públicos que queiram se candidatar precisam desocupar suas funções, no máximo, a três meses do pleito. O prazo vencerá amanhã (2).

Santini, que além de aliado de Onyx Lorenzoni é próximo aos filhos de Bolsonaro, estava à frente da secretaria Nacional de Justiça desde agosto de 2021.

O episódio em que Santini utilizou indevidamente um aeronave da FAB ocorreu depois do Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça. Ele estava representando Onyx, até então ministro da Casa Civil, e usou o avião para ir à Índia, onde estava a comitiva do presidente Jair Bolsonaro.

Na época, o presidente criticou a atitude de Santini. Disse que era "imoral", pois os ministros costumavam usar voos comerciais para evitar gastos.

"Inadmissível o que aconteceu. Já está destituído da função de executivo do Onyx. Destituído por mim. Vou conversar com Onyx para decidir quais outras medidas podem ser tomadas contra ele. É inadmissível o que aconteceu, ponto final", disse Bolsonaro, na ocasião.